Ninguém sabe os reais motivos de alguém não conseguir, não ter possibilidade ou não querer fazer algo por outros para em troca obter o dinheiro. Quanto mais pobre, menos faz pelos outros e, por consequência, igualmente recebe. Porém, é certo que nada depende exclusivamente de qualquer um, na vida de todos existe a sorte e o azar inesperados e incontroláveis. Isto determina a necessidade de humildade, ninguém consegue o sucesso (seja lá o que esse representar) sozinho e unicamente com esforço próprio. Ninguém escolhe os pais e o País onde nasceu, apenas para citar o mínimo. Também é certo que cada pessoa tem um talento próprio. Muitos passam a vida olhando para o talento dos outros desejando ter um pouco do talento deles. Muitos sucumbem ao ciúme ou a inveja e toda a energia gasta com esses pensamentos é energia que não apenas é colocada para voltar contra si mesmo negativamente, mas também é tirada de si e que poderia ser usada para o próprio benefício. Todos estão submetidos à escravidão de necessitar fazer algo, mais ou menos diretamente, por alguém para receber em troca o dinheiro, e não importa qual seja o trabalho, mas sim o que pode ser feito para o próprio talento ser usado (ofertado) para o mercado de troca de mercadorias e serviços, com estratégia, confiança, sem choramingar, queixar-se ou criticar pelo que não está ocorrendo da forma como gostaria, pelo que não tem, pelo que não pode fazer, pelo que outros deveriam, poderiam e não fizeram ou fazem, e concentrar-se no que pode fazer de melhor em benefício de outros, que são livres para comprar ou não os serviços e/ou mercadorias de outros. Focar no passado produz depressão; focar no futuro produz ansiedade; foque seus pensamentos na realidade da vida para produzir resultados no presente.
Pedro Cerize discute o conceito de justiça social a partir da leitura sobre a riqueza construída pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Tão logo foi divulgado que Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, ultrapassou Bill Gates como o homem mais rico do mundo, saiu no Twitter um comentário questionando o quão injusto é um homem ter 90 bilhões de dólares enquanto outros não têm água para beber. A mentalidade da esquerda não descansa.
O problema é a forma como a distribuição justa da riqueza é calculada. Propriedade é só uma convenção social. Consumo do produto social deveria ser a medida correta.
Cada membro tem
a sua função. Construir e manter a colmeia, cuidar das pupas, coletar o mel e
garantir a segurança são funções de diferentes membros daquela sociedade. Não
vemos abelhas ociosas, aposentadas, vivendo de pensão, de ajuda de outras
abelhas, organizando o sindicato das coletoras de mel e assim por diante...
Cada uma desempenha o seu papel e recebe do todo a sua parte.
Fazendo o mesmo
raciocínio para a raça humana. Imagine um visitante de outra galáxia, muito
mais desenvolvido que nós humanos, venha aqui e observe o que está acontecendo,
assim como nós observamos uma colmeia. Esse ser desenvolvido olharia o que cada
membro da “colmeia humana contribui” e aquilo que ele retira da sociedade. De
maneira geral, podemos ver uma harmonia social. Tudo que é produzido é
consumido nessa mesma sociedade (planeta Terra) e os indivíduos mais produtivos
são também os que mais consomem.
Ao observarmos
as abelhas, nunca perguntamos quem são as “donas” da colmeia. Mesmo que isso
existisse e toda colmeia fosse registrada em nome de apenas uma abelha, qual
impacto real na vida das abelhas? A dona de tudo ainda estaria trabalhando e
consumindo assim como todas as outras.
Bill Gates criou
uma empresa e programas que viabilizaram a criação do computador pessoal. Essa
criação deu um salto global gigantesco na produtividade. Indiretamente, ele
produziu infinitas vezes mais riqueza que o patrimônio pessoal dele (90 bilhões
de dólares). Mas se analisarmos somente o que Bill Gates vai consumir
pessoalmente, enquanto for vivo - por mais jatos, casas e vinhos caros que ele
possa ter -, isso é somente uma fração do que ele ajudou a produzir. Bill Gates
é um grande injustiçado social.
Jeff Bezos
revolucionou o varejo aumentando a eficiência e reduzindo o custo de levar os
bens de consumo às pessoas. Continua trabalhando como uma abelha qualquer e
jamais vai consumir uma fração do que produziu. Jeff Bezos é outra vítima da
injustiça distributiva. Podemos falar o mesmo de Henry Ford, Einstein, Tesla,
Thomas Edison e outros.
Quando um médico
salva uma vida, ele foi responsável por aumentar a produção da humanidade, já
que um morto não pode trabalhar. Alexander Fleming, ao criar a penicilina,
aumentou incrivelmente a capacidade de produção da Terra e consumiu parcela
ínfima dessa riqueza.
Por outro lado,
um assaltante nada produz. Apenas toma à força o que outros produziram. Se ele
matar alguém, vai destruir tudo o que o indivíduo ia fazer no futuro. Hitler,
Stalin e Mao foram responsáveis pela destruição incalculável de riqueza. Essas
pessoas, por menos que consumam, sempre vão ser um ônus para a sociedade. Vão
sempre ter mais do que mereciam.
O visitante
alienígena provavelmente ficaria curioso ao ver que alguns humanos trabalham
pouco e param (se aposentam) rapidamente, enquanto outros continuam a trabalhar
até o final da vida. Outros (herdeiros ociosos) ainda consomem loucamente
durante toda a sua existência sem nunca ter produzido nada.
Se olhássemos o
mundo não pelo que as pessoas têm registrado em seu nome como propriedade, mas
pelo que elas consomem versus o que elas produzem, o conceito de injustiça
social seria absolutamente diferente. Os que vivem de pregar contra as
injustiças seriam vistos apenas como aproveitadores, não produzindo nada e
consumindo o que outros produziram. Mas, no fundo, é essa a mais pura
realidade.
Como todos vamos
morrer, só somos donos efetivamente daquilo que consumimos enquanto estamos
vivos. Obviamente, estamos dispostos a distribuir parte do excedente daquilo
que produzimos aos que, por motivos naturais, não podem produzir para
sobreviver. Injusto é consumir muito mais do que produzimos. Injusto é consumir
sem produzir. Revoltante é consumir destruindo a produção.
Vamos torcer para mais Jeff Bezos na Terra. A riqueza só é criada por aqueles que produzem muito mais que consomem. E essa riqueza, de alguma forma, justa ou não (dependendo do ponto de vista de cada um), vai ser consumida por toda a colmeia.
Como qualquer estudante iniciante de economia sabe,
o preço é uma função da escassez relativa - inundar o mercado com ouro fará ele
passar de uma raridade a um produto comum. A oferta aumenta, o preço diminui. Há
uma razão mais fundamental pela qual nem um asteróide gigante de ouro não
tornaria o mundo fabulosamente rico. Simplesmente porque a riqueza não vem
principalmente de grandes quantidades de matéria prima, mas da capacidade de
criar coisas que satisfazem os desejos humanos a partir delas. É notório que a
grama de ouro bruto vale menos do que as várias peças de ouro produzidas com
ele.
Uma fábrica de aço
representa riqueza real maior do que o estoque de aço contido dela, porque é
usada para fabricar peças para carros, edifícios e assim por diante. Uma simples
casa também, porque você pode morar nela ou alugá-la. As habilidades e
conhecimentos em uma mente também são uma forma de riqueza, mesmo que não sejam
contados nas estatísticas oficiais.
Um asteróide gigante cheio
de ouro só acrescentaria um pouco à riqueza real. O metal teria várias
aplicações industriais e produziria belas jóias e restaurações dentárias, mas
não desencadearia uma nova revolução industrial ou reduziria drasticamente o
custo de bens e serviços ou, em geral, tornaria a vida humana muito melhor ou
mais confortável, que hoje representam coisas mais desejadas do que o ouro por
si. O ouro não tem preços altos apenas porque é raro - muitas coisas raras têm
pouco ou nenhum valor de mercado. É porque é raro em relação à demanda das
pessoas por isso.
A riqueza não vem de
asteróides de ouro ou de depósitos de diamantes. Vem das atividades produtivas
dos seres humanos, criando coisas que outros seres humanos desejam. As
fabulosas fortunas de De Beers, em última análise, não vieram de seu controle
sobre um certo tipo de rocha deslumbrante, mas de sua capacidade de convencer o
mundo de que o brilhante poderia ser usado para significar amor e devoção. Em
suma, a riqueza já deixou há muito de ser dependente de recursos materiais
escassos, mas sim do aproveitamento de maneira inovadora dos recursos escassos.
[Extrato parcial (adaptado) de artigo de Noah Smith na Boolberg Opinion, com
adições pessoais.] Se olhássemos o mundo não pelo que as pessoas têm registrado em
seu nome como propriedade, mas pelo que elas consomem versus o que elas
produzem, o conceito de injustiça social seria absolutamente diferente. Os que vivem de pregar contra as injustiças seriam vistos apenas
como aproveitadores, não produzindo nada e consumindo o que outros produziram. No
fundo, é essa a mais pura realidade.