AS BOLHAS ESPECULATIVAS

A  ESPECULAÇÃO  FINANCEIRA  E  A  FORMAÇÃO  DE  BOLHAS

“O mais importante é invisível aos olhos” 
[Antoine de Saint-Exupéry – 1900-1944)

Toda bolha tem iguais fases e destino: ascensão, progresso e queda da estrutura alavancada por misteriosas molas que colocam os preços em espantosa altura, mas cujas bases em que se assenta - a fraude e/ou a ilusão – fazem a credulidade e o êxtase caírem por terra subitamente cedo ou tarde.   O que toda análise ignora é a irracionalidade básica que influencia milhões  de compradores e vendedores diariamente infectados pela sedução do dinheiro fácil. Isto pode abalar até o investidor mais instruído com o proverbial “desta vez é diferente” fazendo indivíduos inteligentes parecerem imbecis.  As bolhas especulativas ocorrem por causa da intensa atração emocional que o dinheiro exerce sobre os indivíduos, sobrepujando qualquer capacidade de raciocínio, predominando a ganância no dinheiro fácil e resultados rápidos. E como a fonte real do problema é ignorada, as bolhas e crises continuam se repetindo. É difícil aprender a partir da experiência negativa quando não se olha para dentro de si, para as causas verdadeiras. O primeiro passo é compreender a irracionalidade humana, a literatura sobre psicologia financeira é muito útil para este fim. Quando tudo vai bem, os “investidores” inexperientes correm para comprar deixando de lado toda a prudência e os preços sobem. E quando há clima de caos por toda parte eles perdem toda a vontade de manter os ativos e correm para vender criando pechinchas para os verdadeiros investidores. E sempre foi assim, e tudo indica que sempre será.  Os preços oscilam mais em razão de mudança psicológica dos participantes do que em razão dos fundamentos das boas empresas cuja atividade econômica permite solidez e resiliência nos resultados. Por ser o medo de perder dinheiro maior que o prazer de ganhá-lo, isso faz com que as quedas sejam mais rápidas que as subidas, assim como o ar sai do balão muito mais rápido do que entra. Nunca foi possível saber: (1) qual será o ponto máximo e mínimo da oscilação do preço; (2) o que fará com que o movimento até uma extremidade pare e mude sua direção; (3) em que momento dar-se-á a reversão.

A volatilidade dos preços em razão de fazes otimistas e pessimistas ratifica o ditado: “o que o sábio faz no início o tolo faz no final”.  O tolo está sempre disposto a pagar preços altos presumindo que o otimismo se manterá assim para sempre, enquanto que o sábio já parou de comprar faz tempo.  Aqueles que entendem o comportamento humano em relação ao dinheiro poderão obter enormes benefícios, de modo oposto, enormes prejuízos. O investidor experiente sabe que os ciclos de otimismo e pessimismo nunca deixarão de existir e transformam esse entendimento em vantagem. A volatilidade é uma característica das mais certas do mundo do mercado da renda variável. Os fatores psicológicos relacionados ao dinheiro: ganância e medo;  credulidade e ceticismo; tolerância e intolerância às circunstâncias momentâneas que resultam em otimismo ou pessimismo e na maior ou menor suportabilidade à volatilidade dos preços dos ativos, faz com que os preços passem mais tempo nos extremos do que em um bom meio-termo.

A aversão adequada ao risco é o principal ingrediente de uma conduta racional. A aversão inadequada é o principal ingrediente da conduta emocional produtora de excessos na forma de bolhas e crises.  Em fases de otimismo, os preços sobem e levam com eles os riscos da despreocupação em perder dinheiro, despreocupação com preços altos, aceitação de retornos baixos, a abdicação de comportamentos racionais defensivos. Nesta fase, o risco é paradoxalmente interpretado como mínimo ou ausente. Em fases de pessimismo os preços caem e igualmente cai o risco que é paradoxalmente interpretado como muito elevado. 

O mercado de renda variável ensina que a maioria dos seus participantes faz, de forma consistente, a coisa errada na hora errada. Pouquíssimos são os que fazem a coisa certa na hora certa. E sempre foi e será assim. É possível tirar proveito disso. Todavia, exceto se o mundo financeiro realmente acabar, ou não precisar existir, as melhores oportunidades de investimento estão presentes nos momentos de muito pessimismo. Elas são mais aproveitadas nos momentos mais sombrios por quem é rico não só de dinheiro mas de habilidade analítica, objetividade, determinação, disciplina e até imaginação para acreditar que o mundo não acabará na última crise do momento, tudo fruto de um conhecimento adequado ao tipo de investimento. Esses são os raros que conseguem obter lucros incomuns com baixo risco. No exato oposto estão inseridos aqueles responsáveis pelo cenário das perdas dolorosas. Essa realidade não faz parte de evento isolado ou fato casual, mas sim de um padrão recorrente que se entendido pode ser bem aproveitado. 

O exemplo adaptado do livro "como os mercados quebram" ilustra uma bolha especulativa onde os brasileiros sentem-se mais seguros em investir: no mercado imobiliário. O investimento no sistema capitalista em geral envolve o adiantamento de dinheiro hoje em troca da expectativa ou promessa de dinheiro no futuro. O dinheiro que se adianta é usado para financiar a produção de bens de capital, fábricas, máquinas e propriedades comerciais,. Se tudo der certo, os novos investimentos vão gerar mais dinheiro, em quantidade suficiente para remunerar o investidor com o capital inicial, com um fluxo de lucros ou de pagamento de juros, assim como a restituição do principal. No entanto, como o futuro é por natureza incerto, não há como prever se o resultado estimado favorável irá se materializar, ou se os devedores vão deixar de pagar. Portanto, a expansão da economia e da riqueza individual depende da disposição das pessoas e instituições que têm dinheiro para “especular” em futuros fluxos de caixa e condições dos mercados financeiros. No sistema capitalista, grande parte da atividade especuladora ocorre por intermédio do sistema bancário, que atua, basicamente, como distribuidor de capital.

Em tempos de prosperidade, aumenta o apetite dos bancos pelos riscos dos empréstimos, ao mesmo tempo que o comércio e os empresários procuram mais dinheiro para financiar seus planos de expansão. Com o aumento da facilidade para se tomar dinheiro emprestado, os gastos em investimentos e consumo crescem, da mesma forma que as expectativas de aumento de  lucro das empresas faz com que os preços das ações subam antes do verdadeiro resultado acontecer.

Vejamos de forma simplificada o mecanismo formador de uma bolha gerada pelo sistema financeiro no mercado imobiliário. Onde a maioria dos brasileiros se sentem seguros. Nos primeiros estágios do ciclo de prosperidade, os bancos emprestam apenas para empresários que geram dinheiro em espécie suficiente para pagar juros regularmente e restituir o principal numa base amortizada. Esta forma de empréstimo é denominada de “financiamento de hedge”. A palavra hedge significa “com precaução”. Enquanto a expansão prossegue, a competição entre os emprestadores aumenta, e seu senso de precaução diminui. Começam a surgir empréstimos a pessoas que só conseguem pagar os juros: restituir o principal já estaria fora do alcance. Esta forma de empréstimo já seria do tipo especulativo. Com o tempo, os bancos começam a estender linhas de crédito a pessoas e empresas que não podem sequer se dar ao luxo de pagar os juros com regularidade. A cada data de pagamento, os juros devidos que esses clientes são incapazes de pagar somam-se ao principal, e, com isso, quanto mais tempo durar o empréstimo, maior será a dívida. Empréstimos com essa característica são chamados de empréstimos de “amortização negativa”. Também conhecido como “financiamento do tipo pirâmide”, em razão do pagamento da dívida depender de o devedor de alguma forma ter acesso a uma nova fonte de renda. Se essa fonte não se materializa, o cliente que pegou dinheiro emprestado será obrigado a deixar de cumprir suas obrigações.

Às vezes, os bancos aceitam fazer empréstimo e adiar o pagamento de juros até que um determinado empreendimento esteja terminado, na crença de que o imóvel será vendido por um preço que cubra o principal e os juros acumulados. Mas há sempre o perigo de que o mercado imobiliário mude antes de o projeto ser vendido, deixando o devedor incapaz de pagar tudo. Esses empréstimos dão um sabor de pirâmide à estrutura financeira.

Nenhuma expansão do crédito dura para sempre. A certa altura os credores ficam nervosos com relação a garantia duvidosa do retorno do crédito que já estenderam muito. Isso os leva a exigir o pagamento dos empréstimos existentes e a restringir a concessão de novos empréstimos. Onde o dinheiro girava livremente, de uma hora para outra, torna-se difícil obtê-lo, mesmo quando quem pede emprestado é um cliente sólido. Este é o momento  onde muitos economistas identificaram em agosto de 2007 que antecedeu o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Para honrar seus compromissos financeiros, alguns clientes instáveis são obrigados a vender qualquer patrimônio que possam liquidar. Isso tende a provocar um colapso no valor dos ativos, o que, por sua vez, pode levar a uma espiral de queda nos investimentos, nos lucros e no valor dos preços dos ativos. A não ser que as autoridades financeiras intervenham emprestando dinheiro público livremente para qualquer um que necessite, o resultado final pode ser uma traumática deflação no valor das dívidas e uma profunda depressão por falta de demanda. A prosperidade econômica com expansão do crédito é também desestabilizadora.

No ambiente de competição de livre mercado, adicionemos à expansão financeira a variável do interesse egoísta da  ganância, para entendermos melhor as causas da crise no mercado norte-americano, em 2007 e 2008, conhecida como a bolha do mercado de hipoteca imobiliária.  Antes da crise da bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008, os diversos interessados no mercado do crédito hipotecário estimulados pela remuneração baseada em incentivos vinculados às taxas de retorno geradas por suas empresas disfarçaram o nível do risco que seus clientes corriam,  os corretores de hipotecas induziram famílias de baixa renda, sem trabalho seguro e sem patrimônio a contratar arriscadas dívidas em razão de seus ganhos monetários em comissões. Assim como os analistas de crédito que aprovaram os empréstimos, os Bancos de investimentos que os “maqueáram” em títulos “seguros” lastreados em hipotecas, os analistas das agências de avaliação de risco que ratificaram esses títulos como seguros, e os administradores de fundos de investimento que os compraram. O boom das hipotecas com garantias duvidosas é um exemplo emblemático do fracasso do capitalismo de livre mercado diante de uma percepção limitada, da incerteza, de informações ocultas, da tendência de seguir a moda (efeito manada) e da abundância de crédito.

Agora vejamos um exemplo de “bolha” no mercado acionário brasileiro. Refiro-me a ação (WEGE3) da empresa WEG  conhecida pela sua excelente qualidade administrativa e sua vantagem competitiva de longo prazo de seus produtos e serviços no mercado em que está presente.

Em 23/07/2020, o preço da ação fechou em R$ 66,98. A razão preço/lucro por ação era de 75,04.. O valor patrimonial por ação (VPA) era de R$4,94. A razão entre o preço da ação e o VPA era de 13,57 (1200,57% acima). O valor médio dos proventos por ação nos últimos 43 meses foi de R$ 0,0297 o que representa uma expectativa de taxa de retorno de  0,04%., bem abaixo até mesmo da taxa Selic. Os dados demonstram uma clara desconexão com a racionalidade. O que pode motivar alguém a querer adquirir estas ações neste momento senão uma grande falta de conhecimento, que o faz seguir apenas os noticiários econômicos ou deixar suas decisões e seu dinheiro por conta de terceiros: fundos de investimentos. O gráfico a seguir mostra a evolução do preço da ação no período de 24/02/2005 até 23/07/2020 e foi obtido no site "fundamentus.com.br".

Uma ação pode permanecer cara, sobrevalorizada, por anos e anos, mas isso não significa que o preço caro do momento é correto. Esse valor alto e a opção de pagar caro permanecem baseados apenas na "expectativa", pagam caro imaginando que a ação permanecerá cara no futuro. Infelizmente, é algo bastante insólito. Se algo der errado no meio do caminho (e sempre dá), os preços tendem a voltar ao "racional". Exemplos [ref.2020]: CIELO, UPGA, CVC, e outras. Na hora que a realidade bate à porta, só restam os fundamentos. Nada justifica pagar preços exorbitantes por nenhum ativo por mera expectativa e/ou influenciado pela psicologia de massa [onde a maioria vai eu vou]. É preciso ter vínculo com a realidade, senão é comprar saco de vento que certamente terá sua hora de estourar. 

Os absurdos são tantos que às vezes fico na dúvida se eu é que sou o ignorante! Como pode alguém investir em empresas boas pagando preços em clara situação de bolha, ou de empresas péssimas com prejuízos recorrentes? Isso mostra como muitos escolhem as ações com base em “achismos” ou “dicas quentes” de terceiros também sem-noção, ou sem escrúpulos, entre estes estão também muitos “especialistas”  A decisão não deve se pautar apenas no aspecto de o negócio ser bom por si. O fato é que o desconhecimento de causa e efeito é o que predomina na bolsa.

Com o nocaute da renda fixa, em 2020, passou a haver um grande número de novatos na bolsa, pessoas comuns que antes estavam confortáveis na sonolenta mas fácil renda fixa, e que, por falta de opção, passaram para a bolsa. Na renda fixa dá para investir sem noção. Mas bolsa de valores não dá… Os “sem-noção” na bolsa acabam se dando mal. É preciso que as pessoas entendam que a bolsa é sim uma ótima forma de investimento, mas não é tão óbvia quando a renda fixa. Quem é preguiçoso no assunto investimento tem que deixar essa preguiça de lado e se esforçar para aprender. A partir de 2021 esta realidade mais uma vez se mostrou presente, o aumento do pessimismo político associado ao aumento da inflação e da taxa de juros fez com que muitos incautos optassem por vender ativos com prejuízo para retornarem para a ""segurança"" da renda fixa. Na Bolsa de valores não existem problema novos, e sim problemas velhos que se repetem.

Uma pena que muita gente boa e poupadora vai nessa onda do oba-oba e, depois, amarga prejuízos e traumas… O fato narrado a seguir não pode ser generalizado e atribuído a todos indiscriminadamente, mas é extremamente útil para o necessário alerta psicológico. Usando palavras de um jornal inglês do século XVIII sobre os IPO : “eles foram erigidos e providos por canalhas habilidosos, depois perseguidos por multidões de tolos gananciosos, e por fim revelaram-se aquilo que a denominação vulgar os designaram: bolhas e fraudes puras e simples.

Um dos projetos que mostra, melhor do que qualquer outro, a absoluta demência do povo, foi o proposto por um aventureiro desconhecido intitulado: “uma companhia para desenvolver uma empresa de grande vantagem, mas que ninguém saberá qual é”. Não fosse o fato ter sido atestado por dúzias de testemunhas confiáveis, seria impossível crer que qualquer pessoa pudesse ter ludibriado muitos com um projeto desses.

Parte significativa de lucros no mundo vive de mentiras.

“É bom celebrar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso” [Bill Gates]

O que nos põe em apuros não são apenas as coisas que não sabemos, mas principalmente aquelas que, mesmo não sendo claramente verdadeiras, temos certeza de que são. [Mark Twain]

Aqueles que operam com o foco exclusivamente no preço do ativo têm que lidar diariamente com a fúria de um mercado que não se importa para aquilo que eles pensam. A cotação do momento é apenas um parâmetro no qual a maioria atribui uma relação de valor e importância além do que deveria. É impressionante a quantidade de vieses comportamentais que ele desperta nos operadores e agentes de mercado. Vou dar alguns exemplos que você talvez se identifique:

(1)Quando o preço está subindo, muitos associam este fato à saúde da empresa ignorando nuances contrários e atribuir maior probabilidade a confirmação da análise. Ou seja, o sujeito se esquece das dificuldades cíclicas e permanentes da economia brasileira e  da volatilidade do preço. (2) Considera o ativo barato apenas porque há pouco tempo estava um pouco acima ou vice-versa. Isso é apenas um viés de ancoragem. Ou seja, se há pouco tempo ele estava R$5,50 ou R$5,00, abaixo disso ele passa a ser considerado barato. (3) O preço cairá mais. Pode estar certo, ou apenas estar incorrendo no viés de excesso de confiança. Se o preço cair abaixo de R$5,00 irei investir mais, o sujeito ainda prefere esperar mais um pouco. Esse é o excesso de controle/cautela que também produz a dificuldade de seguir um plano pré-estabelecido baseado em um horizonte de longo prazo. Esse pensamento se refere a preferência pela busca constante de pequenos ganhos no curto prazo em detrimento de possíveis recompensas futuras. (4) Não vou adquirir mais ativos porque vai que o preço caia mais?!”. Esse é o viés de aversão ao arrependimento que produz recusa a tomar decisão, pois tem medo de que sua decisão se torne errada e ele venha se arrepender.

Nunca se esqueça de que os preços também são consequências da interação em um mercado cheio de humanos com diversos vieses comportamentais em relação ao dinheiro, conhecimentos e interesses. A única certeza é que cada um deve cuidar para que não se  torne infeliz ou amargurado com suas decisões de investimento. A busca permanente do conhecimento adequado é fundamental.

Lembre-se: investimento no mercado de renda variável deve ser focado no longo prazo. Muitas coisas requerem paciência e consistência. Se o seu horizonte de investimento são cinco, dez, ou mais anos, não faz tanto sentido se apegar a  movimentos diários dos preços.

Consultar dados e prognósticos econômicos, examinar informes de rendimentos, relatórios de balanços, avaliar a qualidade do gerenciamento de ponta, embora sejam importantes e representem trabalho sério e extenso, está longe de ser relevante ou suficiente para o sucesso no mercado de renda variável. É preciso enxergar além disso e ter muita consciência das ilusões cognitivas, inclusive da própria habilidade.

Quando as pessoas se sentem bem com sua situação atual e otimistas com o futuro, elas também gastam mais e economizam menos. Até tomam emprestado para aumentar seus prazeres ou seu potencial de lucro, mesmo que isso torne sua situação financeira mais precária. Conceitos de precariedade são esquecidos em períodos de otimismo, e se mostram dispostas a pagar mais pelo valor atual com base em um valor futuro maior meramente ilusório. Os extremos dos ciclos econômicos são, em grande parte, resultado das emoções e fraquezas humanas, de sua falta de objetividade e distanciamento da racionalidade. Segundo um artigo publicado na revista The Economist: “os piores empréstimos são concedidos nos melhores períodos.” Isso leva a destruição do capital, leva a tomada de crédito para investimentos cujo custo do capital é maior que o retorno sobre o capital, e até mesmo a nenhum retorno.  São as respostas psicológicas aos diversos fatores envolvidos com o dinheiro que fazem os humanos reagirem de forma exagerada distante da racionalidade, assim, determinam amplitudes exageradas das flutuações cíclicas, no mercado de renda variável supervalorizando as empresas quando as considera indo bem e subvalorizando quando as considera indo mal. Acreditando que os períodos bons nunca terão fim ou que os períodos negativos nunca serão revertidos.  No final, as árvores nunca cresceram até o céu, e poucas coisas de fato boas chegaram ao zero. A maioria dos fenômenos e fatos preocupantes acabam se revelando apenas cíclicos. Os investidores experientes sabem que os ciclos nunca deixarão de existir e transformam esse entendimento em uma vantagem. Os humanos não se satisfazem com benefícios certos de empreendimentos cautelosos, porém de resultados lentos e ou tardios. O dinheiro tem o poder de erguer até o que é indigno na escala social; De produzir um frenesi de entusiasmo, a cobiça degradante por vantagens fáceis, avareza e conquistar a credulidade fácil em detrimento de toda qualidade nobre  em que deve se apoiar o bom caráter de um indivíduo e de uma nação. O conhecimento adequado permite manter a calma e resistir às pressões psicológicas que levam a maioria a vender ótimos ativos nas baixas, transformando as quedas do valor nominal em perdas permanentes e impedindo-a de participar plenamente da subsequente recuperação do mercado. Sobreviver às quedas e comprar nas baixas é uma ótima estratégia de obter êxito no mercado de preços voláteis, ainda que de forma relativa ao que poderia perder se não usasse esta estratégia. Investidores astutos e prudentes reagem de forma adequada. Eles sabem que podem existir ativos sobreprecificados ou subprecificados tanto em mercados aquecidos ou desaquecidos demais, e sabem tirar vantagem disso. Agir na direção oposta a da maioria requer a confiança do saber que, por muitas vezes, nos faz ser solidários e até com a sensação de estar errado. O conhecimento, a habilidade e a experiência devem ser usadas não só para agregar valor, mas sobretudo para não perder ou perder pouco em momentos hostis.