Muito do que se faz no mercado de renda variável tem a ver com previsões sobre o futuro. O preço é uma síntese dessas concepções futuristas, ainda que de forma efêmera, emocional ou falsificada. O mercado (os preços) revela(m) o pensamento médio da coletividade sobre as expectativas futuras.
Um pássaro pousa
em um galho fino de uma árvore porque a sua confiança de não cair não está no
galho, mas nas próprias asas.
O mercado de renda variável sempre passou e passará por grandes crises (1929,1987,2088 2022, 202?), contudo, o quê exatamente significa o mercado derreter? O interesse em vender ou comprar depende de uma miríade de fatos que os operadores não têm como saber ao certo, MAS, devem e podem saber a conduta certa para aproveitar a volatilidade do mercado. Por que nas crises uns vendem e outros compram? Por que após as crises quem vendeu ações para comprar ouro, dólar, títulos do tesouro perdeu e quem comprou mais ações a preços muito descontado ficou mais rico? Os desprovidos de conhecimento acabam apavorados e vendem ações na baixa e compram dólar na alta; após a direção do vento mudar, vendem dólar na baixa e compram ações na alta.
O gráfico mostra a relação preço de ações x preço do dólar nas crises: momentos onde o pessimismo é acentuado.
Uma quebra do mercado de ações simplesmente indica que a maioria dos participantes do mercado estão vendendo suas ações, independentemente das inúmeras razões pelas quais um indivíduo ou instituição pode decidir não fazê-lo. Como o dólar é a moeda de reserva mundial, o dólar tende a subir sempre que o mercado de ações cai. Isso também produz aumento do preço do ouro e de compra de títulos do tesouro. No mercado acionário, o dinheiro flui de um lado para o outro diariamente como a água em um rio. Os gráficos oscilam, os ativos valorizam e desvalorizam. E os operadores com foco de longo prazo, de curto e curtíssimo prazo aguardam, ansiosos, pelo lucro que almejam. A volatilidade traz emoções, no mercado onde quase tudo é incerto e duvidoso. Muitas notícias afetam as cotações. Os operadores estudam, analisam e preveem de acordo com seus conhecimentos e interesses. É preciso também uma boa dose de bom senso e astúcia. Então, como em tudo na vida, no mercado acionário há riscos e oportunidades e cabe a cada um escolher de acordo com a sua verdade para investir com inteligência, prudência e aproveitar a volatilidade com consciência.
Parte do motivo
pelo qual investir no mercado de ações é tão temido e visto como muito difícil de ser vitorioso nele ocorre porque a maioria acredita que o mundo pode funcionar do modo como se imagina.
Aceitar o quanto não está sob controle, a incapacidade de prever a evolução do
mercado, ou que o controle e a previsibilidade são – no máximo – muito limitados, é indispensável para
suportar a volatilidade do preço dos ativos e focar no valor intrínseco, mais
duradouro e estável, do que se está investindo e no resultado no longo prazo.
A maioria dos operadores no mercado de renda variável tem grande aversão à volatilidade dos preços dos ativos, e o futuro insondável, por si só, também faz com que seja vista como precária a base de dados na qual as estimativas de rendimento futuro estão baseadas. MAS, é preciso aceitar esta realidade e aprender a estratégia de lidar com ela para poder colher as maiores vantagens oferecidas pelo investimento focado em acúmulo de ativos geradores de renda passiva: proteção à inflação no longo prazo, segurança financeira e até liberdade geográfica. Em razão da falta de conhecimento adequado a maioria enxerga a Bolsa de Valores como o maior Cassino do Mundo. Em razão de não saberem superar essa realidade, muitos procuram refúgio em investimentos em imóveis para os quais não existem cotações diárias. Contudo, muitos ficariam apavorados se soubessem a cotação diária para os imóveis que possuem. O fato de não se saber quanto essa cotação do valor flutua não o torna um investimento de valor financeiro isento de flutuação e seguro, tal como muitos supõem ou que seja inferior ao que de fato é. Como o futuro sempre será incerto, a psicologia e os sentimentos de ganância e medo de perda com frequência predominam sobre os fundamentos econômicos. Para complicar um pouco mais as coisas, a vida não segue uma linha reta e padronizada. As oportunidades nem sempre se apresentam com a rapidez que esperamos, sem dizer que nunca sabemos de antemão as surpresas que inevitavelmente aparecerão. Porém, se o problema fosse racionalizado concluir-se-ia existirem apenas duas possibilidades plausíveis com as quais se deveria preocupar quando se adquire ativos baseado nos fundamentos das empresas as quais se referem: Ou haverá o caos final, ou a crise é passageira seguida de recuperação. A primeira hipótese, ainda que um dia ocorra, seria de uma imensa insensatez considerá-la plausível de ser levada em conta. Se houver o caos final, nada manterá o valor: nem os títulos garantido pelos governo, nem as ações, nem os depósitos bancários, nem mesmo o ouro e as criptomoedas. Os imóveis tornar-se-iam sem valor porque os direitos de propriedade tornar-se-iam duvidosos e inseguros. Ninguém planejaria a vida, todos viveriam apenas o aqui e agora. Por isso, a única opção lógica, plausível, é a da possibilidade de considerar toda crise não como a única e última, mas de caráter transitório e recuperável, com a mesma certeza de que como as crises anteriores gradualmente voltaram ao normal a do momento presente, seja qual for e como for, também voltará.
Quem quer vencer na chuva precisa está preparado para a tempestade.
O
que nos põe em apuros não são apenas as coisas que não sabemos, mas
principalmente aquelas que, mesmo não sendo claramente verdadeiras, temos
certeza de que são. [Mark Twain]
Existe uma conta
que precisa ser paga cujo preço não é só medido em dinheiro, mas também muito em medo, dúvidas,
incertezas, surpresas desfavoráveis, sentimentos de arrependimento, tempo
perdido – todos fáceis de serem ignorados até que esteja você lidando com eles.
No mercado de renda variável o estopim para isso é a preocupação com o medo da volatilidade do preço dos ativos, mais especificamente, com a perda monetária devido à queda do preço pago. A maioria prefere o autoengano de
truques e estratégias para obter retorno sem pagar o preço. Refiro-me à pratica
do Day Trade onde o objetivo é tentar comprar antes de subir e vender antes de
cair. Todavia, eles não observam que só se sabe o fundo após subir, e só se
sabe o topo após cair. A ironia é que, ao tentar evitar pagar o preço do “buy
and hold”, esses “investidores” acabam pagando o dobro!
Os retornos do mercado não vêm de graça. Você pode ficar inerte sem pagar nada; mas o mais provável é receber na medida em que pagou. Metaforicamente, você pode não sair de casa e não pagar nada; pode ir a um parque de diversões barato perto de casa; ou pode pagar caro para ir à Disneylândia. É preciso investir mesmo considerando não ter domínio sobre o futuro. Não se pode ficar prisioneiro de um futuro inevitável e incerto. Não se pode querer entendê-lo por completo apenas com as leis da matemática. Um mundo bem ordenado em que o futuro se submete à análise matemática cuidadosa não passa de mera ilusão, de dissociação cognitiva. O mundo da pura probabilidade só existe na teoria ou, na melhor das hipóteses, como uma descrição parcial dos fatos. Na maioria das vezes pouco tem a ver com os fatos resultantes das interações dos interesses de milhares de humanos lutando para livrar-se das trevas da realidade. As decisões uma vez tomadas criam um novo ambiente e, muitas vezes, sem a oportunidade de repetir o antigo. A incerteza, e não a probabilidade matemática, é o paradigma dominante do mundo real. A simples observação repetida de eventos similares no passado é uma desculpa insatisfatória para acreditar na probabilidade de ocorrerem no futuro. Para ter sucesso no mercado de renda variável não é possível guiar-se somente pela matemática e estatística. A vida gira em torno da incerteza que não pode ser inteiramente dominada pelas ciências exatas. A ausência de um método claro de previsibilidade e o fato de existirem decisões de consequências irreversíveis fazem surgir o aumento do risco e da incerteza. No centro da incerteza está a natureza prospectiva do ser humano; como tudo está constantemente mudando, muitos dados são pertinentes apenas ao seu próprio período de tempo e, consequentemente, fornecem apenas uma base frágil para generalizações e previsões futuras. O que foi 75% provável ontem terá probabilidades desconhecidas amanhã. Em razão disso, os preços são peculiarmente vulneráveis a surpresas e inerentemente voláteis. Não se deve acreditar ser possível operar com a hipótese de poder unificar o passado, o presente e o futuro em um gráfico. Para melhor investir no mercado acionário é preciso evitar perturbações desnecessárias. A natureza não se perturba com dificuldades em sua compreensão. As pessoas não precisam se perturbar tanto para investir no mercado acionário. A percepção da probabilidade e do risco dependem também do julgamento intuitivo que, por sua vez, depende do grau das crenças acumuladas pela experiência pessoal de cada observador. O lado bom disso é poder acreditar que as próprias decisões tomadas com a própria experiência também importam muito, ainda considerando que só o futuro dirá se essas foram as melhores ou piores. Negócios, economia e investimentos são campos de incerteza, esmagadoramente influenciados por decisões que não podem ser facilmente explicadas com fórmulas precisas, como acontece com uma viagem à Lua. Quem age assim torna-se confiante no que vê até descobrir tarde que estava totalmente errado porque não sabia que as histórias que se passam na cabeça dos demais também são tanto ou mais relevantes, além de impossíveis de serem sabidas. O segredo é estar convicto do que está fazendo, que é a única forma de lidar bem (e receber o benefício) com a volatilidade e a incerteza futura – não apenas pagar o preço, mas perceber que vale a pena pagá-lo, embora sem garantias de 100%. Às vezes chove na Disney. Aprenda a saber o preço justo e pague-o. Quem pensa que não precisa de instrução já aceitou viver na ignorância. A maioria diz que quer fazer, MAS não faz nada pelo que quer. Muitos céticos são propensos a rejeitar todo o procedimento trabalhoso, embora simples, de adquirir o conhecimento adequado para conseguir extrair do mercado de renda variável o melhor benefício, tratando-o como algo semelhante à astrologia, mas a realidade em todos os tempos mostra a sua enorme importância e exige que tais pretensões sejam examinadas com certo grau de cuidado. A análise do passado mostra que aqueles que tentam imaginar melhor do que a multidão de que forma a multidão se comportará face às inúmeras variáveis (praticamente tudo) que influenciam o volume e os interesses de compra e venda dos ativos sempre correram um risco maior de perder dinheiro do que aqueles que não subestimam o mercado e/ou não superestimam suas capacidades. Os operadores focados no preço que objetivam comprar na baixa e vender na alta, na prática, acabam comprando na alta (euforia e ganância de não perder a oportunidade de ganhar) e vendendo na baixa (medo de perder o que pagou ou mesmo o que havia ganhado). Sempre existirá para todos a dúvida permanente de quão alto é alto e quão baixo é baixo o preço em qualquer momento. Some-se a isso que um valor considerado baixo hoje pode ser considerado até alto já no dia seguinte, e vice-versa.
“É
bom celebrar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do
fracasso” [Bill Gates]
“O sucesso é um péssimo professor.
Ele faz com que pessoas inteligentes acreditem que não perderão nunca”. [Bill
Gates]
“Todas as quedas passadas parecem oportunidades perdidas; Todas as quedas futuras parecem um risco [ Peter Lynch].
Na mesma linha de raciocínio, o que representa tensão para alguns, representa oportunidades para outros. Invista pensando no longo prazo, mas não ignore as oportunidade geradas pela volatilidade do mercado. O operador experiente no mercado de renda variável, principalmente o acionário, muito volátil, sabe que a visão do mercado (e de mundo) dos participantes é quase sempre parcial e distorcida. Por razões psicológicas de autopreservação o pessimismo soa mais esperto e plausível do que o otimismo. Esta assimetria entre o poder das expectativas positivas e negativas tem um histórico do ponto de vista evolutivo. Organismos que encaram as ameaças como sendo mais importantes do que as oportunidades tiveram (e têm) no processo evolutivo melhores chances de sobreviver e de se reproduzir. Existem dois tópicos que afetam a vida de todos inexoravelmente: dinheiro e saúde. O dinheiro é onipresente, quando algo ruim está relacionado a ele isso tende a preocupar qualquer um. Os benefícios do progresso são lentos e até imperceptíveis, enquanto os reveses da vida acontecem rápido demais para serem ignorados. Divulgue que uma grande recessão está a caminho e todos irão parar o que estão fazendo para ouvir ou ler cada palavra. De outro modo, fale que bons tempos estão por vir, que os mercados têm espaço para crescer, ou que determinada empresa tem um enorme potencial e a reação mais provável é que você está tentando vender alguma coisa, ou está absurdamente alienado à realidade, é ingênuo, insensível, e até louco. A indústria de noticiários econômicos sabe disso há muito tempo e, por isso, está povoada por profetas da desgraça que operaram em um ambiente no qual o mercado de ações aumentou 17 mil vezes no último século. Uma valorização de 2% é brevemente mencionada, mas, uma queda de 1% é noticiada em letras maiúsculas, em negrito e na cor vermelho-sangue. Presumir que algo ruim continuará sendo ruim é fácil de ser dito e acreditado. No mercado de renda variável, as previsões lineares nem sempre coincidem com os fatos em um mundo cheio de eventos aleatórios. Ter a expectativa de que as coisas darão errado é uma forma de conforto psicológico de ficar positivamente surpreso quando o pior não ocorre.
Essas visões distorcidas influenciam o volume e o interesse de venda e de compra dos ativos e, pior ainda, levam a ações inadequadas e a decisões diferentes para mesmos ativos e comumente apartados dos fundamentos da empresa subjacente. Algo que é verdade em longo prazo pode não ser verdade no curto prazo e vice-versa. A realidade indica que as escolhas são feitas SEM levar em consideração as informações necessárias disponíveis, assim como SEM avaliar de forma ampla os custos e os benefícios das escolhas. Tudo em razão da falta de entendimento adequado e, mesmo assim, pela premissa que que as escolhas feitas fazem sentido. No mercado acionário isto ocorre diariamente, esta é a regra comportamental da massa operadora.
[Antoine de
Saint-Exupéry – 1900-1944)
Cada um é apenas um peça em
um jogo com outros sete bilhões de humanos e um número infinito de outras
variáveis. O ocasional impacto de condutas que estão fora do controle individual
pode ter consequências mais profundas do que as esperadas pelas condutas planejadas conscientemente. Dar o devido
respeito à sorte e ao risco faz com que tudo nunca seja visto como tão bom ou
tão ruim que não possa mudar no tempo, inclusive ao avaliar o sucesso
financeiro das pessoas.
Quem não deseja
um fluxo de renda estável e constante associado a um sentimento de muita
segurança e NENHUMA volatilidade do capital investido? Mas, tudo isso junto não existe, ademais o que é necessário para
finalidade de aposentadoria não se consegue com pouco dinheiro e tempo e é uma impossibilidade acumular ativos por um período longo sem passar por fases de crises e volatilidades, sobretudo no Brasil. Aplicações em
“renda fixa” produzem a sensação de segurança sem volatilidade do capital
investido, mas a capitalização no tempo seguindo os indicadores oficiais de
inflação perde para o aumento real dos preços.
A volatilidade da mente é bem mais arriscada do que a volatilidade do preço das ações. Uma mente sabedora do que quer e faz é objetiva e possui a chave para o sucesso no investimento. (Gautam Baid)
A maioria diz que quer fazer, MAS
não faz nada pelo que quer.
Coisas que a maioria improdutiva ama, o rico produtivo despreza, e vice-versa. A maioria é improdutiva ou de produtividade muito baixa e são classificados como pobre. Rico segue princípios, a matéria-prima para o sucesso, seja o que este representar. Pobres seguem regras sem observar a correlação destas com os elevados princípios.
É melhor ser uma mosca no palácio do que uma aranha na favela.
Quem anda com nobre poderá tornar-se nobre; quem anda com vulgo tornar-se-á vulgar.
Aqueles que operam com o foco exclusivamente no preço do ativo têm que lidar diariamente com a fúria de um mercado que não se importa para aquilo que eles pensam. A cotação do momento é apenas um parâmetro no qual a maioria atribui uma relação de valor e importância além do que deveria. É impressionante a quantidade de vieses comportamentais que ele desperta nos operadores e agentes de mercado. Vou dar alguns exemplos que você talvez se identifique: (1)Quando o preço está subindo, muitos associam este fato à saúde da empresa ignorando nuances contrários e atribuir maior probabilidade a confirmação da análise. Ou seja, o sujeito se esquece das dificuldades cíclicas e permanentes da economia brasileira e da volatilidade do preço. (2) Considera o ativo barato apenas porque há pouco tempo estava um pouco acima ou vice-versa. Isso é apenas um viés de ancoragem. Ou seja, se há pouco tempo ele estava R$5,50 ou R$5,00, abaixo disso ele passa a ser considerado barato. (3) O preço cairá mais. Pode estar certo, ou apenas estar incorrendo no viés de excesso de confiança. Se o preço cair abaixo de R$5,00 irei investir mais, o sujeito ainda prefere esperar mais um pouco. Esse é o excesso de controle/cautela que também produz a dificuldade de seguir um plano pré-estabelecido baseado em um horizonte de longo prazo. Esse pensamento se refere a preferência pela busca constante de pequenos ganhos no curto prazo em detrimento de possíveis recompensas futuras. (4) Não vou adquirir mais ativos porque vai que o preço caia mais?!”. Esse é o viés de aversão ao arrependimento que produz recusa a tomar decisão, pois tem medo de que sua decisão se torne errada e ele venha se arrepender.
Nunca se esqueça
de que os preços também são consequências da interação em um mercado cheio de
humanos com diversos vieses comportamentais em relação ao dinheiro, conhecimentos
e interesses. A única certeza é que cada um deve cuidar para que não se torne infeliz ou amargurado com suas decisões
de investimento. A busca permanente do conhecimento adequado é fundamental. Lembre-se:
investimento no mercado de renda variável deve ser focado no longo prazo. Muitas
coisas requerem paciência e consistência. Se o seu horizonte de investimento
são cinco, dez, ou mais anos, não faz tanto sentido se apegar a movimentos diários dos preços. Consultar dados
e prognósticos econômicos, examinar informes de rendimentos, relatórios de
balanços, avaliar a qualidade do gerenciamento de ponta, embora sejam
importantes e representem trabalho sério e extenso, está longe de ser relevante
ou suficiente para o sucesso no mercado de renda variável. É preciso enxergar
além disso e ter muita consciência das ilusões cognitivas, inclusive da própria
habilidade.
Para obter
resultado e ser prudente, é preciso ter o foco firme no valor da empresa da
qual se pretende adquirir e manter ativos por longo prazo. Apenas um forte
senso de valor dará a disciplina necessária para não adquirir ativo
extremamente sobrevalorizado, e cujo preço a maioria imagina que continuará
aumentando continuamente, e a coragem para manter a posição e comprar mais
ativos a preço mais baixo durante uma crise, mesmo que os preços mantenham uma
queda diária. A maioria relaciona o
valor intrínseco da empresa apenas ao preço do momento do seu ativo volátil
cotado diariamente na Bolsa de Valores, e costuma agir como se acreditasse que
será mantido da mesma forma para sempre.
Esse pensamento leva valorações a pontos extremos, estimula bolhas e pânico.
Faz como que o mercado se mova do excesso de otimismo ao excesso de pessimismo;
da credulidade ao ceticismo; do medo de perder a oportunidade do momento ao
medo de perder todo o dinheiro; do entusiasmo para comprar à urgência para
vender. Em suma, a oscilação de humor leva a maioria a comprar a preços altos e
vender a preços baixos. Por isso, fazer parte do rebanho é a fórmula para o
desastre. É preciso aprender coisas que a maioria despreza, ver as coisas de
forma diferente do rebanho e analisar os fatos melhor. Embora seja impossível
prever o futuro, é preciso e possível saber em que circunstância se encontra no
presente e que o risco que mais importa é o da perda permanente. Um fato
importante para afastar-se do erro é reconhecer as armadilhas relacionadas à
volatilidade dos preços dos ativos apresentadas pelas flutuações econômicas, de
fato e imaginárias, pelas dificuldades naturais transitórias das empresas,
pelos modismos e excesso de credulidades transitórios. Não há nenhuma fórmula
infalível, porém, a simples consciência desses possíveis perigos representa um
melhor ponto de partida.
Durante períodos de taxas de juros elevadas, muitos transferem o dinheiro do mercado de renda variável para aplicações bancárias com base na taxa Selic: LTN, CDB, LCA, LCI, etc..onde se sentem seguros e protegidos da volatilidade do capital investido, e imaginam adicionalmente que - no mínimo - não estarão perdendo nada para a inflação. Ledo engano! Essa migração de capital produz acentuada queda do valor dos ativos negociados a cada segundo, que por si, induz a mais vendas, é o conhecido "efeito manada" (para onde a maioria vai, eu vou) da psicologia das massas. Quando a realidade muda, sobretudo a psicológica que migra do pessimismo ao otimismo, o fluxo de capital muda e produz um efeito contrário ao anterior. Eis uns exemplos reais:
“PERSPECTIVAS
PARA O MÊS DE SETEMBRO (ano 1989) – A inflação (mensal) de agosto, de 29,34%
(ao mês), se anualizada significa 2.091,77%. Foi a segunda maior da história do
Brasil e só perde para a de janeiro (70,28%) deste ano, sendo que esta foi
medida em 51 dias, sofrendo ainda a aplicação de um vetor que ninguém entendeu
direito.
Para setembro, o
mercado está estimando uma inflação de 33%. Para que o governo mantenha uma
rentabilidade no over igual a de agosto, 43,60% reais anualizados, e
considerando-se os 20 dias úteis do mês, é preciso que a taxa do over fique em
média em 47,67%.”
No primeiro
boletim Focus de 2020, divulgado em 6 de janeiro, quando a Covid-19 ainda era
um segredo guardado a sete chaves na cidade de Wuhan, província de Hubei, na
China, os agentes econômicos brasileiros previam, no final do ano, uma taxa
Selic de 4,50%, num quadro inflacionário de 3,60%.
Segundo o
boletim Focus de 01/06/2020, a inflação brasileira de 2020 seria o inédito
valor de 1,55%. ao ano ! Com essa premissa, (1,75% para os juros e 1,55% para a
inflação), a taxa real seria de 0,20% ano ano.
O mais
surpreendente é que os dados inflacionários até maio de 2020 indicam que
poderão ser ainda menores. Segundo a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), a cidade de São Paulo registrou deflação de 0,24% no mês de maio.
Qualquer um que
observar a evolução dos preços das ações e da taxa Selic há de concordar,
de imediato, que prever o que ocorrerá no futuro é extremamente difícil.
A maioria das vezes, é impossível. Imagine a hipótese de que um gênio ou grupo
de gênios descobriu uma maneira confiável de prever o comportamento do mercado
de ações. Durante algum tempo esse gênio ou grupo de gênios ganhará muito
dinheiro. Mas a indústria financeira é muito competitiva, e não há patente para
idéias brilhantes. Em pouco tempo, outros investidores ouvirão falar do método
dos gênios e irão copiá-lo. Quando isso acontecer, o mercado irá incorporar as novas
informações e o suculento retorno que os gênios obtinham será submetido à
arbitragem do coletivo. As previsões já não irão funcionar, e o mercado voltará
à condição de insondável.
A primeira
pessoa a desenvolver esse tipo de lógica foi Louis Bachelier, matemático
francês que em 1900 escreveu uma tesse de doutorado intitulada “A Teoria da
Especulação”. Observou Bachelier: em qualquer momento, alguns otimistas acham
que ela subirá e alguns pessimistas acham que ela cairá. O preço da ação
continuará mudando até que as expectativas otimistas e pessimistas se cancelem
reciprocamente, momento em que, não havendo razão para supor que qualquer dos
dois grupos disponha de melhores informações, o especulador tem possibilidades
iguais de ganhar ou perder. Haverá 50% de chance de que o próximo movimento da
ação seja para cima e 50% de que seja para baixo. Concluiu Bachelier:
juntando todos os possíveis resultados a expectativa matemática do especulador
é zero. Isso significa que especular no mercado acionário é como jogar uma
moeda para o alto: o especulador pode ganhar ou perder – se fizer
repetidamente, acumulará aleatoriamente uma série de ganhos ou perdas, sujeitos
a leis muito precisas de probabilidades.
O preço alto dos ativos é como um castelo sustentado por pilares de gelo que basta o vento quente da desconfiança popular passar por eles para fazê-lo derreter, desabar e se transformar em ruínas, com a sensação adicional de que nada poderá erguê-lo de novo.
A visão da especulação como uma moeda atirada para o alto hoje tem o nome de teoria do “caminho aleatório”, metaforicamente: os preços das ações vagueiam sem rumo como uma pessoa embriagada.
A história passada dos preços de ações não pode ser
usada para prever o futuro de nenhuma forma significativa e segura. Estratégias
baseadas em análises técnicas costumam ser divertidas, frequentemente
psicologicamente confortadoras, mas sem valor real algum. Ademais, inúmeras pesquisas
indicam que operar com alta rotatividade produz retornos líquidos menores após
os custos de corretagem.
Exemplo de uma análise técnica cuja
utilidade não vai além de enfeitar a sorte: Suponhamos que você deseje
saber a probabilidade de a ação “X” fazer um grande movimento amanhã. A
primeira análise é verificar as cotações de fechamento da ação durante o último
ano. Depois, calcular a mudança média diária do preço e seu desvio padrão – uma
medida simples para ver quão disperso algo está distribuído. Estabelecido o
movimento médio de preço e o desvio padrão, a análise está quase pronta: a
distribuição normal faz o resto. Ela dirá a chance de a ação subir ou cair mais
do que o desvio padrão estabelecido. É mais ou menos de 1 desvio em 3 ; de 2
desvios em 20 e de 3 desvios de 1 em 300. São enormes os riscos de ser enganado
dessa maneira.
Mesmo ganhadores
do Prêmio Nobel em Economia estão sujeitos a seguir o caminho da estratégia
errada. O fundo de investimento “LONG TERM CAPITAL MANAGEMENT (LTCM) começou em
1994, obtendo retornos astronômicos. Entre os sócios do fundo estavam John
Meriwether, famoso trader de títulos da Salomon Brothers; David Mullins, ex
vice-presidente do Banco Central Americano; e mais dois prêmio Nobel, Myron
Scholes e Robert Merton. A empresa tinha 24 pessoas com doutorado. No início de
1998, o LTCM tinha U$ 4 bilhões em capital próprio. Além disso, tomara
emprestado U$ 100 bilhões para alavancar suas posições visando a retornos mais
altos. Sua principal estratégia era encontrar oportunidades especulando no
mercado de títulos. Em agosto de 1998, a Rússia desvalorizou sua moeda e deixou
de honrar parte de sua dívida, o que, nas quatro semanas seguintes, desencadeou
uma série de eventos que levaram a desvalorizações em muitos países emergentes.
Os mercados de ações e de títulos no mundo todo despencaram, enquanto os preços
dos títulos de dívida do Tesouro Americano disparavam em virtude do pânico e a
corrida dos investidores para investimentos ditos por mais “seguros”. O valor
total do portfólio do LTCM caiu de U$ 4 bilhões para U$ 0,6 bilhão em um mês.
apropriado bate um QI alto.
Todos sonham com investimentos de alto rendimento: preço sempre acima do que pagou, altos lucros com taxa de retorno elevada e NUNCA ALGUMA PERDA. No entanto, as coisas não são perfeitas, o país das maravilhas só existe em conto de fadas, a realidade é caracterizada por volatilidades, imperfeições e imprevisibilidades, praticamente em tudo na vida, a única coisa permanente é a mudança, não existe no mercado dito de renda variável rendimentos permanentes. A volatilidade do valor dos lucros distribuídos aos acionistas ou cotistas de fundos imobiliários e até o corte total existe e, quando isso acontece os investidores ficam com a dupla dor por um fluxo de renda reduzido e uma queda acentuada nos preços das ações ou cotas. Aquele que desejar construir um fluxo de renda passiva e seguro terá que aprender a conviver com isso.
O mercado, onde predomina o interesse de possuir a ação a título transitório de curto prazo, age como se acreditasse na chance de que uma atual taxa de retorno elevada pudesse ser reduzida drasticamente. Quanto maior o rendimento, mais a maioria no mercado está feliz e, comumente, esquece de precificar a probabilidade de sua redução. E quanto mais vê cair o preço e o rendimento, mais desinteresse e medo tem de investir e, paradoxalmente, menos pensa na possibilidade da oportunidade de comprar na baixa. Há sempre uma esquizofrenia, uma mente dividida, nos participantes do mercado de renda variável, isso é mais marcante nos operadores de curto prazo, conhecidos pelo termo especulador. Agora aqui é a parte divertida: tudo pode melhorar ou piorar, tudo na vida é binário e ninguém pode prever 100% o futuro. Não existe estratégia para garantir 100% o objetivo do investidor, tudo é mutável e imprevisível, MAS, como diz o sábio ditado: "enxerga-se mais com o conhecimento do que com os olhos", há critérios plausíveis para não apenas suportar mas enxergar a volatilidade como uma geradora de oportunidade: (1) saber escolher empresas duradouras com vantagens competitivas sustentáveis a longo prazo, cujo mercado em que atuam é de baixa concorrência, ou de produtos e serviços de consumo compulsório (energia elétrica, petróleo e derivados,) muito necessários ou desejados, tal como o mercado de internet e bebidas, ajudará afastar-se das consequências psicológicas do efeito "manada" que associa queda brusca de preço dos ativos à falência da empresa e, de modo oposto, à prosperidade permanente da empresa. Nem um nem outro são sistematicamente verdadeiros. Empresas boas também precisam reduzir dividendos, em razão de elevados investimentos, que acarreta queda do dividend yield que é um importante fato que contribui para predominar o interesse de venda do ativo. Não é possível para o investidor do mercado, longe da administração da empresa, saber como a empresa está de fato agindo para manter o seu fluxo de caixa. O investidor Inteligente é aquele que consegue, com uma simples dose de bom senso, superar esse entrave psicológico e sabe também que não investir e viver na inércia pela dúvida é o maior risco que pode correr. Ter medo de tudo e não fazer nada equivale a morrer. (2) Além de saber em que nicho econômico e empresa está investindo, as estratégias da diversificação e de comprar o ativo somente quando estiver com preço razoável em relação ao VPA [valor patrimonial por ação], ao P/L [preço/lucro] e ao D.Y [dividend yield] fazem toda a diferença entre o investidor e o especulador focado em ganhos de compra e venda e tornam os momentos de queda de preço menos dramáticos para aquele do que este. O preço baixo é o ponto mais importante da estratégia defensiva. Considerar que estas variáveis não importam equivale a considerar que o mercado é preponderantemente racional, eficiente e que o operador estaria focado no longo prazo e intimamente motivado apenas pelo valor intrínseco da empresa e baseado nos seus indicadores fundamentalistas. Porém, esta não é a realidade. O mercado é assimétrico, os preços das ações não guardam, necessariamente, relação com a razão todo o tempo. As diferenças de conhecimento, interesses, as emoções de ganância, medo e as expectativas de otimismo e pessimismo são os aspectos mais determinantes nas cotações. Onde há o mal também pode haver o bem. O investidor com foco no longo prazo objetivando o retorno em renda passiva com proventos vê a volatilidade e as assimetrias como geradoras de oportunidades e sabe aproveitá-las para comprar valor por preços até muito descontados. Pessoas sem esse conhecimento operarão no mercado de renda variável na companhia da dúvida e da insegurança e não obterão o melhor resultado.
Esse quadro parece zombar da realidade. Mas, se a realidade subjacente aos mercados está constantemente mudando, modelos estatísticos baseados em dados passados serão de uso limitado, na melhor das hipóteses, para determinar a probabilidade de um evento no futuro. O futuro habita na incerteza e as previsões do futuro são sempre em termos probabilísticos e nunca haverá 100% de garantia para o futuro esperado. Investidores que confiam em modelos de análises gráficas para administrar o risco da volatilidade estão se expondo a grandes perigos sem saber!
Em uma análise
de curto intervalo temporal, os preços das ações sofrem muitas alterações em
razão de expectativas de ganhos ou perdas comumente com base em notícias
positivas e negativas que vem e vão diariamente. Toda volatilidade pode ser vista com decorrente da psicologia das massas: se todo mundo compra e o
preço está subindo, eu compro e se todo mundo vende e o preço está caindo, eu
vendo; Em outras palavras, vamos seguir o Cabral porque se ele descobriu algo importante pode
ser que nós também descubramos ! Em uma análise de longo prazo os
fundamentos, a solidez da atividade econômica da empresa é que determinará o
tom do resultado do investimento, cujo melhor e mais garantido é o de longo
prazo com foco na renda passiva, e não em ganhos transitórios com foco na
volatilidade dos preços dos ativos.
Sobre os índices
Bovespa: Todo índice do mercado acionário não reflete a realidade de todo o
mercado de renda variável. Ele reflete apenas o efeito da negociação de algumas
ações que são bastante negociadas, as ações denominadas de ‘blue chips’, tais
como as ações da Vale, Petrobrás, Siderúrgicas, Bancos. Essas ações são
caracterizadas por uma imensa quantidade negociada diariamente, que quando
predomina o desejo de compra delas o valor sobe em razão da predisposição de
pagar mais caro – leilão com variação de preço para cima; e quando
predomina o desejo de venda o preço desce em razão da predisposição de vender
mais barato – leilão com variação de preço para baixo.
O objetivo também ajuda a superar a visão desvantajosa da volatilidade. A estratégia popular (conselho) mais comum é: compre na baixa e
venda na alta. Em outras palavras: não case com a ação, use-a e, após o
proveito (lucro), descarte-a! Este ponto de referência não é o do
investidor. Este não pode ser primordialmente o preço de compra ou de venda, e
sim o da renda passiva com os proventos e as vantagens mais intangíveis da
segurança financeira conseguidas pelo acúmulo no longo prazo. O mercado de
renda variável oferece vantagens consistentes não importando quão turbulento
ele esteja ou possa ficar. Épocas turbulentas com muitas incertezas produz
muito pessimismo, baixa confiança na maioria dos operadores incautos e muita
volatilidade nos preços dos ativos; por outro lado, para a minoria a que
denomino de investidores de longo prazo são as melhores épocas para alavancar o
acúmulo de ativos de consistentes empresas com foco no aumento de ganho em
proventos futuros. Em épocas de calmaria os preços são mais estáveis, porém
comumente mais caros. O investidor [especulador de longo prazo] segue o caminho inverso do especulador de curto ou curtíssimo prazo.
O investidor não
se preocupa com a antecipação dos movimentos dos preços porque ele compra na
baixa e não vende na alta. Ele compra para acumular. Embora a realidade indique
que não há empresa boa que tenha um bom desempenho para sempre e também que não
há empresa ruim que tenha um mau desempenho para sempre, é praticamente zero a
correlação entre o risco do mercado acionário, quando usado para investimento,
e os demais riscos econômicos individuais incorridos diariamente, a exemplo de:
o risco dos salários e emprego, do preço da moradia, de uma doença grave
súbita, dentre inúmeros outros. Porém, de modo isolado – que é como as pessoas
costumam ver as coisas – o mercado de ações parece muito mais arriscado do que
os riscos diários individuais a que todos estão submetidos. Em razão da maioria operar focada no preço do ativo, a força que realmente
direciona o preço dos ativos acima de qualquer outra coisa são
as antecipações de expectativas de ganho ou perda futura.
A memória humana é mais uma recordação de emoções e sentimentos do que uma recordação de fatos. As pessoas preferem tomar decisões de investimentos quando consideram conhecer as possibilidades dos resultados e evitam quando as desconhecem. Quando o foco do interesse está no preço, cuja evolução é insondável, a preferência da maioria das pessoas é direcionada para os juros bancários e os imóveis. Sem análise de vantagem comparativa detalhada, acabam vendo o mundo das possibilidades apenas em preto e branco.
"Quem faz só o que deseja, poderá ter que suportar o que não deseja no futuro"
Pesquisas de economia comportamental comprovam que a influência do medo de perder é no mínimo o dobro do prazer de ganhar dinheiro. O problema está em agir guiado de forma inconsciente por eles. O medo de perder uma oportunidade em razão de uma “dica quente” gera compras precipitadas com preços altos ou subindo. O medo de perder o dinheiro investido gera vendas precipitadas com preços caindo. Decisões com foco em resultados de longo prazo, normalmente são norteadas mais pela razão do que a emoção. Investidores são aqueles que conseguem superar a eterna luta diária entre as decisões que tornam o presente mais agradável e outras que tornam o futuro mais agradável. Leio este Livro agora ou mais tarde? Faço uma viagem agora ou invisto esse dinheiro no meu futuro? O conflito entre desejo e força de vontade, disciplina e perseverança ocorre porque as pessoas são influenciadas por preocupações racionais de longo prazo e por fatores emocionais de curto prazo. As pessoas gostam de ser recompensadas “no ato” e adiar tarefas desagradáveis, embora, por óbvio, tal atitude dependa das circunstâncias. As pessoas veem o presente de forma diferente do futuro, traduzido por muito desejo no aqui e agora e a pouca força de vontade para objetivos (recompensas) muito distantes. É difícil economizar para a aposentadoria porque isso requer muito autocontrole. Em 1971 uma pesquisa constatou que a maioria dos aposentados não resistia ao desejo de consumir e fazia isso “no ato” durante os anos em que ganhou mais, ao passo que quando se tratava de economizar para o futuro, sempre adiava para depois. Some-se a isso o fato de que quanto menor a renda, maior a sua destinação para o consumo no 'aqui e agora' do que para investimento com proveito futuro. Exatamente oposto a um relacionamento amoroso, os primeiros anos como investidor são os piores. Quanto menos dinheiro investido e menos proventos recebidos, qualquer oscilação do valor monetário total do investimento é até pavoroso. A forma de lidar com isso é simples:
1.Saber
o que está fazendo e que ativo adquiriu.
2.Saber
que o prejuízo efetivo só ocorre quando o
ativo é vendido por preço inferior ao que foi adquirido e, enquanto isto não
ocorre, haverá apenas por fazes de ganhos e perdas não realizados, que é algo tanto
normal quanto inevitável. Esse fato para
o operador que não possui o conhecimento para apoiar a decisão tomada é muito
desafiador.
3.Vender
as ações com prejuízo não faria sentido. O foco da estratégia em ações deve ser
de longo prazo e nos proventos que compensarão para mais e para menos no curto
prazo, e sempre para mais quanto maior for o tempo do ativo na carteira. Essa
aferição pode ser feita por ativo individualmente ou de forma global da
carteira. Com o passar do tempo as boas empresas de negócios consolidados no
mercado entregam os seus bons resultados e os retornos começam a acumular na
carteira, e o prejuízo vai se distanciando.
Vou exemplificar melhor: Imagine
que você tenha iniciado sua carteira com 100 mil reais e tenha
superado os desafios iniciais. Veja que quando você acumular 100 por cento de
ganhos (inicial x 2), o prejuízo se tornará improvável, já que você precisaria
amargar um prejuízo consolidado de 50% por cento. Porque 50% nominal equivale a um
ganho de 100% efetivo.
As quedas
na bolsa são de preço dos ativos e raramente no valor das companhias e raramente
ultrapassaram 50% por cento. Tanto a queda quanto a alta nunca foram
eternas. Sabendo o que fazer e com foco nos proventos no longo prazo ouso dizer que é “quase” impossível
não dar certo.
Investir no Mercado Acionário é simples, mas não basta apenas o conhecimento adequado, é necessário uma boa dose de autoconhecimento em razão da necessidade de afastar de si os medos e as crenças populares sobre o risco do investimento. Aprenda no livro A Psicologia dos Investimentos a como enfrentar a volatilidade dos preços e a ser um investidor de longo prazo apesar da volatilidade. As coisas podem não acontecer exatamente como no passado ou como o esperado, mas ao invés de operar às cegas como a maioria faz, o conhecimento deste blog objetiva ajudar na estratégia para seguir em frente com saldo positivo.
Esses simples tópicos ressaltam alguns elementos que devem receber a atenção do leitor para
facilitar os desafios de sua jornada de investimentos com foco na renda
passiva.