O medo de não ter dinheiro é tão grande que produz o desejo de ganhar muito em curto prazo. Tal
como aquele cujo medo de apanhar é tão grande que é o primeiro a bater. Medo
gera insegurança que gera ansiedade que gera agressividade, tudo junto
disfarçado de ‘expertise’.
Os homens esquecem mais rapidamente
a morte do pai do que a perda do patrimônio. [Maquiavel]
Especulador agressivo: medo, angústia e ganância.
Investidor de
longo prazo: precisão e inteligência emocional
Os ganhos de capital não pagam suas contas enquanto não realizado e figurar como dinheiro 'real' em sua conta corrente. Se você espera viver de ganhos de capital, pode estar caminhando para um desastre. O investidor de longo prazo (buy and hold) está focado em renda perene para pagar seus boletos e proteger sua dignidade, não está focado em ganhos de capital transitórios ou preocupado com volatilidade do capital investidos por mudanças no mercado.
A maioria dos operadores no mercado de renda variável são viciados na pressa de descobrir a "próxima grande oportunidade" antes da maioria. Contudo, a chave para uma vida de investimento saudável está em como você realmente usa as informações e não na sua simples quantidade. Muitos se deixam influenciar por notícias projetadas para vender um produto ou serviço cuja realidade é diversa da que é divulgada. Os criadores de publicidade sabem que muitos são facilmente influenciados pelos próprios desejos, e não enxergam os absurdos. Muito miserável é a vida daqueles que trabalham duro para ganhar o que precisam necessitando se esforçar ainda mais para isso conservar. Por meio de grande esforço alcançam o que desejam e com ansiedade retêm o que alcançaram. Enquanto isso, não levam em conta o tempo que nunca mais voltará. Tudo que está condenado a perecer com rapidez não traz tranquilidade duradoura a ninguém. A condição de quase todos que estão ocupados é miserável. Muitos pagam pela prosperidade o preço da própria vida, consomem todos os anos em troca de um, portanto não inveje a aparente prosperidade de ninguém. A personalidade de tais homens faz com que busquem prazeres imediatos, são inquietos e abalados por aflições de vários tipos e, mesmo nos momentos de grande alegria, pensamentos angustiantes lhes sobrevêm: “Quanto tempo isso vai durar?” Suas alegrias são cheias de ansiedade porque não se baseiam em fundamentos estáveis e são permanentemente perturbadas pela mesma inutilidade que as faz nascer. Todas as suas maiores bênçãos são fonte de ansiedade, e em nenhum momento a sorte é confiável. Muitos também desprezam a razão. Eles não procuram o fim de sua miséria, apenas mudam a sua causa. Novas preocupações tomam lugar das antigas; a esperança realizada faz nascer nova esperança; a ambição, nova ambição. Metaforicamente: vivem como um cachorro correndo em círculos atrás do próprio rabo.
Pessoas impacientes são atraídas pelo dinheiro. Enquanto o dinheiro é atraído por pessoas
pacientes.
Um operador experiente usa as informações de forma muito simples e prática porque assim também são suas avaliações. Ele compra informações para fins pragmáticos e específicos. Ele usa as informações para atingir objetivos específicos - iniciar ou expandir um negócio, aprender um novo idioma, melhorar suas habilidades de negociação. Um viciado em informações está mais feliz no momento em que está comprando as informações. Seu entusiasmo logo diminui, no entanto. Dentro de horas ou dias após o recebimento, o viciado em informações está ligado a outras dicas. Ele fica mais empolgado com a "roupagem" da nova dica do que com o seu real conteúdo. Um viciado em informação consome informações como drogas ou barras de chocolate. Isso lhe dá uma satisfação imediata e nada depois. É por isso que ele está sempre precisando buscar mais.
O usuário da informação tem expectativas de longo prazo quando se trata de conhecimento. Ele acredita que o conhecimento que adquirir agora aumentará com o tempo, à medida que aprende mais e está em uma posição melhor para aproveitar o que aprendeu para obter um benefício maior. O viciado em informações está focado no aqui e agora. Ele não se interessa em retorno de longo prazo. Ele está sempre focado na próxima “dica quente” para o hoje. Se for esse o seu caso, não se desespere. Você pode se converter em um usuário de informações, isso só depende do seu querer.
Para entrar no
caminho do sucesso existem várias portas, para sair só há uma : a da ver a realidade com vontade de aprender com determinação e disciplina.
Quem não espera o bem não teme o mal.
Fazer coisa que
todo medíocre faz e esperar algo diferente equivale
à definição de insanidade. Se alguém deseja ser
extraordinário, precisa fazer o extraordinário. É claro que as pessoas de
sucesso correm riscos, mas calculados. Eles se concentram em investir
racionalmente, não em especular pela emoção. E eles espalham o risco. Pessoas
medíocres proclamam que o sucesso alheio decorreu de muita sorte. Pessoas de sucesso
criam sua própria sorte. E preparam-se para que eles estejam prontos para
aproveitar a sorte quando ela surgir.
As grandes crises da Bolsa de Valores sempre estiveram acompanhadas da sensação de um filme de terror ou de suspense que nunca acabaria. Mas, felizmente, até a presente época a história nos mostra que tudo passou e a humanidade se reergueu e melhorou sempre. A humanidade sempre viveu e prosperou com a falta de certeza absoluta sobre o futuro, superando a insegurança e o medo diante dos desafios da vida. Com tudo isso em mente, as imagens acima mostram que o momento de queda, que pode ser muito angustiante, também sempre representou oportunidade para aqueles que têm paciência, conhecimento e sabedoria. Para o investidor com foco em valor (não apenas no preço) e no longo prazo (proteger dinheiro da depreciação e obter renda extra), o mercado estar em alta (bullish) ou em baixa (bearish) só importa para indicar um momento oportuno para a compra de mais ativos (bearish).
Ambas as frases
em destaque acima objetivam ensinar a percepção do erro do pensamento dito “de
maioria”, que devemos ter muito cuidado com a conduta motivada pela "psicologia
das massas"; não é porque a maioria está fazendo algo que você também
deverá fazer igual. E isso serve para tudo na vida. A palavra crise no idioma
mandarim é representada por dois ideogramas, um significa ‘perigo’, o outro
‘oportunidade’. Em meio ao caos também há oportunidades para quem
consegue enxergá-las.
No que se refere à Bolsa de Valores, renda variável com preços voláteis, nunca se sabe quando ocorrerão e quanto serão os valores dos picos mínimo e máximo em um determinado intervalo de tempo. Mas, observando o que a história (o passado) nos ensina podemos concluir como os preços evoluíram (o mercado reagiu) após as grandes crises do passado e tomar a decisão (ou fazer uma aposta) no momento do caos de que a crise do momento também terá começo, meio e fim, tal como todas as anteriores tiveram; até porque se não pensarmos assim a única opção que sobraria é a do fim do mundo.
“Faça sempre o melhor que puder, onde você estiver, com o que você tiver”
Muitos
especuladores não duvidam de que a estratégia mais fácil (e democrática) de
investimentos é comprar ativos de boas empresas no mercado de renda variável
(bolsa de valores), com um valor de mercado abaixo de seu valor intrínseco e
mantê-las no portfólio por tempo indeterminado, em tese “para sempre”. Até
porque eles sabem que é isso que os maiores investidores da história sempre
fizeram. Porém, não significa que basta saber isso na teoria para conseguir
tornar-se um deles, pois, como diz o ditado popular: na prática, a teoria é
outra.
Mesmo com o
caminho para o sucesso já conhecido, já desbravado por pioneiros do passado, as
pessoas insistem em tentar acertar no centro do alvo o timing do mercado para
praticar o ganho no curto prazo com simples compras e vendas. Peter Lynch geriu
o famoso Magellan Fund com incríveis 29% de rentabilidade ao ano entre 1977 e
1990 e afirma que a maior parte de seus investidores perdeu dinheiro. Isso
porque faziam aportes nos momentos de otimismo e sacavam nos momentos de
pessimismo. Ou seja, compravam na alta e vendiam na baixa. Se um
investidor colocasse US$ 100.000 no Magellan em 77 e não movesse uma palha até
90 teria quase US$ 2,8 milhões. Mas as pessoas não conseguem esperar e
não conseguem suportar a volatilidade dos preços que quando estão bem acima do
que pagaram, vendem para lucrar; e quando muito abaixo, vendem na esperança de
não perder mais. Assim, desperdiçam as oportunidades de acumularem bons ativos
com foco na renda passiva com proventos em um futuro mais distante.
Bastaria
acreditar que, apesar da volatilidade do capital investido, este estará
protegido da depreciação pela inflação no longo prazo para criar o controle
emocional necessário para não fazer rotatividade de ativos do portfólio.
Infelizmente, em razão da falta de conhecimento adequado, a maioria das pessoas
não consegue manter-se focada em um objetivo maior de longo prazo ao ver
notícias positivas ou negativas sobre empresas de sua carteira. As pessoas só
enxergam o que conhecem! Para valorizar tem que entender!
Em setembro de
2021, a corretora XP divulgou uma pesquisa feita com sua rede de Agentes
Autônomos (AAIs) para entender as perspectivas deles e de seus clientes em
relação ao mercado. De acordo com as respostas, 38% dos entrevistados em agosto
queriam diminuir sua exposição à renda variável, 25% a mais do que em julho.
Por outro lado, apenas 16% pretendiam aumentar essa exposição, contra 37% no
mês anterior.
Entre os
principais riscos apontados estavam a piora na situação fiscal do país e o
aumento da inflação. Ambos são riscos reais e, em meados de 2021, passou a
existir a perspectiva de que a taxa básica de juros e a inflação
aumentassem ao longo dos próximos meses.
Desde o começo
de junho de 2021, o Ibovespa acumulava uma queda de cerca de 10%, depois de
passar a máxima histórica de 130 mil pontos. O preço de ativos de empresas
sólidas há longo tempo e boas pagadoras de dividendos caíram nominalmente
36,66% (ref. 02.09.21 - BBSE3).
Claro que tudo
isso - crise política, problemas fiscais, inflação e Selic alta - pode
incomodar o ‘expert’ que expõe o patrimônio à renda variável, porém, nunca
assustar como sempre ocorre com os milhões que entram na Bolsa de Valores sem o
conhecimento adequado, com o foco e a estratégia equivocados, tal como ocorreu
no Brasil nos últimos dois ou três anos [2018 - 2021]. Mas, quando tivemos
menos incertezas ao longo dos últimos 100 anos? A história e a estratégia dos
maiores investidores do mundo mostra que nunca houve na vida somente certezas
favoráveis e eles sempre investiram sobretudo nos momentos de crises. (Esse
segmento de texto foi adaptado do texto obtido na Internet de autoria da Suno
Research). Portanto, foque no longo prazo, no valor e não no preço que
está caindo, se atente às empresas cuja atividade econômica enverga mas não
quebra, de produto ou serviço de consumo compulsório ou muito próximo disso,
que já resistiram a crises iguais ou piores a do momento. Estes ativos
podem sofrer com a crise do momento, mas sobreviverão e voltarão ainda mais
fortalecidos. São alguns exemplos: gás, eletricidade, bancos, tratamento de
água e lixo, seguradoras, internet.
Observe e escute
com atenção à aqueles que já passaram por outras crises, os grandes investidores
tem algo em comum que é: Eles usam o tempo, e as crises a seu
favor. Em toda operação de transferência de propriedade de um ativo
(exemplo: ação ou cota de FII) há quem compra o que outro vende. Em meio a
todas as incertezas envolvidas, uma coisa é muito certa: quem compra são os que
sabem o que estão fazendo, e sabem que após o pânico passar ficarão mais ricos,
comumente já são ricos; e os que vendem geralmente são os que não
sabem bem o porquê de estarem “investindo” na Bolsa de Valores e, após o pânico
passar, constatarão a realidade de terem ficado mais pobres, e comumente já são
pobres.
A pandemia do corona vírus confirmada em fevereiro de 2020 produziu a redução da economia global e pânico pela hipótese de caminhar para uma profunda recessão. A crise atual causada pela pandemia torna evidente o conselho dos mais experientes em recomendar a compra com base em valor e não apenas no preço da ação e dividend yield do momento.
Em razão da
impossibilidade de prever-se casos como esses e outros de maior ou menor
gravidade, é necessário associar à correta abordagem psicológica das crises no
mercado acionário a seguinte estratégia: o experiente investidor em qualquer
época, sobretudo nas caracterizadas por grande otimismo, deve concentrar seus
ativos em empresas com grandes vantagens competitivas e forte demanda, mesmo
nos maus tempos de inflação, juros e desempregos elevados; empresas que existem
há longo tempo e comprovadamente já resistiram a crises iguais ou piores que a
do momento; empresas cujos serviços ou produtos são de consumo obrigatório,
necessário ou muito desejado pelos consumidores, em suma, empresas que poderão
envergar na crise mas cuja hipótese de quebrar em razão dela foge à razão, são
exemplos: serviços de internet, correios, energia elétrica, bancos, as
inseridas em oligopólios, as concessionárias de serviços públicos: rodovias,
portos e aeroportos. Planeje suas compras com essas premissas em mente e você
estará protegido, ou mais protegido se assim não o fizer.
Se no momento
você não se sente confortável para aumentar suas posições ou adquirir novos
ativos, também não dê ouvidos aos que pensam de forma pessimista com o cenário
atual, concentre-se no longo prazo lembrando-se que os milionários da Bolsa de
Valores já passaram por muitas crises iguais ou piores que a do momento, e não
desistiram!
No final disso
tudo, você será recompensado pela sua paciência e perseverança em manter seus
ativos baseados em valor, e não na emoção do mercado, tanto para decidir
comprar ou vender. Uma hora ou outra ele voltará a sorrir para você, e aqueles
que de desesperaram verão que perderam uma grande oportunidade.