É uma desculpa popular que dinheiro não traz felicidade, mas é certo que ele tem o poder de fazer com que os problemas que produzem infelicidade
desapareçam ou sejam atenuados.
“Onde não há ($), não há estudo e crescimento moral.
Onde não há estudo e crescimento moral, não há ($).”
“Quem
não tiver para si dois terços de seu dia é um escravo, seja ele quem for.”
[Friedrich Nietzsche – 1844-1900]
Meu favorito segmento do livro “pai rico,
Pai pobre”: Dinheiro pode não ser a coisa mais importante no mundo, mas
afeta tudo que é mais importante na vida: sua alimentação, sua saúde, seu
estilo de vida, sua educação. O dinheiro é o mestre e senhor de
riqueza medida e desmedida, ele é a motivação da paz e da guerra. O crédito das nações
depende dele; seus correspondentes são inumeráveis; seus mensageiros especiais
são mais numerosos do que todos os governantes. Ministros de Estado estão principalmente a seu serviço. Senhor supremo nos
gabinetes em todos os continentes da Terra. O leitor tem que aprender evitar os seus males pela dura experiência dos erros e acertos, caindo
e levantando-se. É preciso
aprender a reconhecer a insignificância nas aparências e a discernir o profundo
do superficial para fazer a melhor avaliação e uso do dinheiro. A vida exige a
compactação/redução (sentido figurado), portabilidade/liquidez de todos os bens
que não são imediatamente consumidos para que permaneçam como reserva de
riqueza para uso posterior e que seu possuidor possa dispor delas em qualquer
lugar. E isso não é representado melhor por outra coisa senão o ouro e
o dinheiro. Portanto, todo o bem estar do ser humano é dependente de bens e
direitos representados pelo seu equivalente em ouro e dinheiro, que constituem
medida cômoda de valor de todas as coisas, inclusive entre nações diferentes.
Graças a essas medidas de valor, os bens móveis e imóveis podem “acompanhar”
seu possuidor a todo lugar. E a possibilidade de serem passados entre os
interessados com mais facilidade alimenta toda a cadeia produtiva do Estado. A
tal ponto de sua importância poder ser comparada a corrente sanguínea para o
Ser Humano. Onde o ouro e o dinheiro são escassos surgem ruína e
desgraça; onde são abundantes há força no movimento das trocas de
riquezas.
Antes
de partir, um Senhor chama seus servos e entrega a cada um certa soma de
dinheiro segundo a capacidade de cada um: cinco, dois e um talento. Os
que recebem cinco e dois negociam com a importância e conseguem duplicá-las. O
que só recebeu um enterrou-o com medo de perdê-lo.
Voltando
de viagem, o senhor pediu prestação de contas e elogiou os dois primeiros
(...); O que só recebeu um talento assim se explicou: “Sabia que és homem
duro que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhastes. Assim, eu
tive medo e enterrei o seu talento. Aqui tens o que é teu.” Eis que o Senhor respondeu: “Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e recolho
onde não espalhei. Assim, devia ter levado meu dinheiro aos banqueiros, e
quando voltasse eu receberia com juros o que é meu. Pois então tirar-lhe-ei o
talento e dar-lhe-ei ao que tem dez. Pois a todo aquele que tem dar-se-lhe-á mais,
e terá em abundância, mas ao que não tem até o pouco que tiver lhe será tirado. Lançai-o nas trevas, onde haverá pranto e ranger de
dentes. (Mc.4,25 e Lc. 19,26).
Não é objetivo
aqui transcrever a parábola na íntegra, não é necessário para a observação ao
ensinamento que se deseja dar neste texto. Esta parábola é uma das mais
conhecidas, talvez porque seu assunto principal seja explicitamente o dinheiro.
As parábolas atribuídas a Jesus de Nazaré não apresentam interpretação única, a exemplo da ressalva a seguir indicada relativa a esta parábola. A opinião aqui
explicitada vai DE encontro a de diversos representantes do clérigo católico,
cujo discurso vai ao encontro da marginalização da riqueza e dos ricos. Alegam
que a vida pautada e marcada por um mundo comercial, com suas noções rígidas de
pagamento e dívida, merecimento e lucro, dificulta o entendimento do
Sermão da Montanha e das Parábolas. Alegam que a preocupação exagerada com o
que comer e o que vestir são fatores que impedem o progresso, etc.. Dizem que o
prazer em ver ambientes luxuosos, mesmo nos cinemas e palcos teatrais, ou em
hospedar-se em hotéis 5 estrelas, é típico de uma mentalidade superficial e
frívola, muito encontrada tanto no passado quanto no presente.
“Aquele que queira viver em santidade que viva de acordo com as verdadeiras leis do comércio e das finanças” (Talmude, B.K.30 a).
Entretanto, como a
vida deve ser vivida da forma como ela realmente é, e não como deveria ser,
essa parábola é uma contradição entre as regras do sucesso nos negócios
(investimento, empreendedorismo, uso adequado dos recursos, etc) e as
interpretações dada pelo clérigo católico e a própria ostentação de luxúria do
Vaticano. Se não fosse pela ambição humana, pelo dinheiro e pelo aumento do
volume deste no Mundo, talvez a profissão de pastor de ovelhas estivesse
figurando entre uma das mais importantes e mais comuns até os dias de hoje.
Quanto no Mundo uma indústria de produtos e empresas de serviços para o mercado
de luxo não produz e já produziu de riqueza? E o avião do Papa? o Banco do Vaticano? Quantos clérigos católicos não
estão se comunicando neste momento com seus Smartfones e Internet?
Mas, qual a moral
da parábola que interessa ao foco do assunto deste blog? Várias são as observações, umas
muito óbvias, outras mais ocultas:
(1) O talento de fazer para conservar e ampliar a riqueza consiste em certas regras teóricas e práticas que a maioria não tem a predisposição, nem mesmo a curiosidade, ou método (discernimento) para querer descobrir. Não é porque em todos os lugares do mundo a maioria costuma construir sobre areia movediça a fundação de suas firmes convicções que seja plausível inferir que é assim que deva ser feito.
(2) devemos estar atentos às oportunidades
que a vida nos dá;
(3) A vida nos dá ‘tesouros/oportunidades’ que vem com
responsabilidades correspondentes. Receber dinheiro equivale a receber
responsabilidades;
(4) Cada um terá de acordo com seu merecimento (habilidades/conhecimento);
(5) Para mantê-lo e ampliá-lo devemos saber administrá-lo. Só temos e mantemos
o que conhecemos.
(6) O dinheiro de cada um é proporcional a capacidade de seu
possuidor de tê-lo e administrá-lo.
(7) se o dinheiro não for investido ele
perderá o seu valor ao longo do tempo para o que hoje denominamos de
‘inflação’.
(8) O maior risco no longo prazo é não tomar nenhum risco. A vida
lhe cobrará o resultado financeiro de acordo com o que fizer com o seu
dinheiro.
(9) O dinheiro é o ‘rei de todos os reis’, todos são escravos do
dinheiro, porque todos dependem do dinheiro, e o dinheiro não depende de
ninguém, não se emociona com ninguém ou por ninguém. Sem este como meio de
troca não há produção e difusão de riqueza,
(10) Todo sistema econômico que
ignorou a relação homem-dinheiro produziu miséria e expulsou a riqueza: são
exemplos os países socialistas da América Central e do Sul.
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A
alegação de que “somos todos iguais” é prova clara de uma mente dominada pelos
interesses do Vaticano. E, na maioria das vezes, não tem consciência disso. A
igualdade forçada pela Lei com os nomes de isonomia, equidade, generalidade, é
uma exceção à regra da natureza, só útil
em circunstâncias raras, nunca deve ser almejada como regra geral em tudo e
todos. O discurso da igualdade é uma forma de limitar a liberdade alheia.
Igualdade não é
sinônimo de Justiça. Esta é a distribuição a cada um do que é seu, dentro das
regras do Estado. E como é notório, as regras do Estado capitalista são pelo
menos as menos piores. A igualdade de
todos, para todos, em tudo, é antes de uma utopia, uma loucura. A equidade não
pressupõe necessariamente igualdade. No que se refere ao sistema capitalista e
a distribuição desigual da riqueza, do ouro e do dinheiro, uma pessoa jurídica
empresaria nunca terá um tratamento tributário igual a dos seus empregados, nem
mesmo igual a do seu proprietário. No sistema capitalista, o incentivo ao
capital precede ao do “Ser Humano”, este precisa se adaptar as regras daquele,
e não o oposto. O acesso à riqueza não se dá como cada um gostaria que fosse de
acordo com seus interesses pessoais ou com base em uma moral fantasiosa cristã, mas de acordo com as regras gerais (para
todos) do sistema capitalista onde o dinheiro é o Rei e do qual todos são
escravos, de uma forma ou de outra, em diferentes graus de intensidade. Em nome
da “justiça social” os políticos buscam votos, daqueles que isso não entendem e não aceitam, com propostas de aumentar a
tributação sobre os ricos e sua riqueza. E quem os apoia não sabe que tal
proposta se concretizada será nociva a elas mesmas.
No mundo sempre haverá pobres,
embora a pobreza seja inevitável, perpétua, na existência humana, ela pode ser considerada
evitável do ponto-de-vista individual. Mas, apenas para os necessitados que
buscam a melhora e tenham condições educacionais (sentido amplo) de
aproveitarem as oportunidades de ajuda. Quero dizer com isso que a diferença
entre ricos e pobres não pode ser medida apenas em termos de quantidade de
dinheiro de um e outro.
Ninguém sabe os
reais motivos de alguém não conseguir, não ter possibilidade ou não querer
fazer algo por outros para em troca obter o dinheiro. Quanto mais pobre, menos
faz pelos outros e, por consequência, igualmente recebe. Porém, é certo que nada depende exclusivamente
de qualquer um, na vida de todos existe a sorte e o azar inesperados e
incontroláveis. Isto determina a necessidade de humildade, ninguém consegue o
sucesso (seja lá o que esse representar) sozinho e unicamente com esforço
próprio. Ninguém escolhe os pais e o País onde nasceu, apenas para citar o
mínimo. Também é certo que cada pessoa tem um talento próprio.
Muitos passam a vida olhando para o talento dos outros desejando ter um pouco
do talento deles. Muitos sucumbem ao ciúme ou a inveja e toda a energia
gasta com esses pensamentos é energia que não apenas é colocada para
voltar contra si mesmo negativamente, mas também é tirada de si e que poderia
ser usada para o próprio benefício. Todos estão submetidos à escravidão de necessitar
fazer algo, mais ou menos diretamente, por alguém para receber em troca o
dinheiro, e não importa qual seja o trabalho, mas sim o que pode ser feito para
o próprio talento ser usado (ofertado) para o mercado de troca de mercadorias e
serviços, com estratégia, confiança, sem choramingar, queixar-se ou criticar
pelo que não está ocorrendo da forma como gostaria, pelo que não tem, pelo que
não pode fazer, pelo que outros deveriam, poderiam e não fizeram ou fazem, e
concentrar-se no que pode fazer de melhor em benefício de outros, que são
livres para comprar ou não os serviços e/ou mercadorias de outros. Focar no
passado produz depressão; focar no futuro produz ansiedade; foque seus
pensamentos na realidade da vida para produzir resultados no presente.
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“Um homem tinha
dois filhos. O mais jovem disse a seu pai: “Pai,
dá-me a parte da herança que me cabe.” O Pai dividiu os bens entre eles.
Poucos dias depois, o mais jovem tendo tudo realizado, partiu para uma terra
distante onde dilapidou seus bens, vivendo imoderadamente. Após gastar tudo,
uma grande fome sobreveio naquela região, e ele começou a se encontrar na indigência. Em razão disso, ele se pôs a
serviço de um dos cidadãos daquela região, que o enviou aos seus campos para
cuidar dos porcos. E caindo em si, disse: “Quantos empregados de meu pai têm
pão e fartura, e eu aqui morrendo de fome! Vou-me embora, procurar meu pai e
dizer-lhe que pequei e me arrependi (...). Quando seu pai o viu, ainda de
longe, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se ao pescoço, cobrindo-o de
beijos (...). O Pai disse aos seus servos: “Ide
depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, colocai-lhe um anel no
dedo e sandálias nos pés. (...) este meu filho estava morto e tornou a viver;
estava perdido e foi reencontrado!”
Não é objetivo
aqui transcrever a parábola na íntegra, não é necessário para a observação ao
ensinamento que se deseja dar neste Blog. Esta parábola é uma das mais
conhecidas, talvez porque seu título tornou-se proverbial ou porque Rembrandt a
imortalizou através de um magnífico quadro. Ela faz parte de um conjunto
denominado de “Parábolas de Misericórdia”. Todas estão inseridas em um cenário
de alegria após um período de dúvida e medo.
A durabilidade de
seu ensinamento se dá em razão de sua essência psicológica ter permanecido a
mesma desde o seu surgimento. Quem possui um animal de estimação sentirá melhor
as palavras da parábola da ovelha perdida. Quem nunca viu propagandas
informando pagamento de recompensa por um cão de estimação desaparecido? Segundo o último capítulo dos provérbios,
não é a partir de uma boa gerência de sua casa que a mulher se tornava
virtuosa? Quem, então, não se ligaria a estes pequenos objetos (moedas)
perdidos em casa, que acabam por fazer parte de nossas habituais paisagens?
Qual o pai cujo vinculo emocional com seus filhos não é superior a todo apego
fundamentado sobre o ter. Ademais, hoje os pastores são raros, mas os
seguranças ou os policiais estão aí para lembrá-los ao receberem regularmente
queixas de perdas acompanhadas de grande pesar. Exemplos da época de Jesus de
Nazaré ou de hoje despertam igualmente a memória afetiva.
As parábolas
atribuídas a Jesus de Nazaré não apresentam interpretação única, a exemplo da
ressalva a seguir indicada relativa à parábola do filho pródigo.
O ensinamento mais
popular das parábolas ditas “da misericórdia” se relaciona com aspectos
presentes diariamente na vida de todos:
(1)
encontrar o que está perdido e revisar/refletir sobre a unicidade/importância
do que foi perdido, antes e após a perda, e do seu vínculo com quem o(a)
perdeu: o pastor com seu rebanho; a mulher com suas moedas; o pai com seus
filhos;
(2) que todo “fazer” pode
implicar irremediavelmente na possibilidade de um “desfazer”; de um fracasso, que não excluiu em nada a
vitória de um “refazer”, até mesmo de um “perfazer”;
(3) O viés psicológico relativo ao fato de que os seres faltosos
sempre foram mais numerosos que os justos e os reveses na vida de todos são
mais frequentes que os sucessos.
Contudo, há particularidades no que se refere a do filho pródigo que é preciso ser observado:
(1) criticar alguém que viveu honrando os
pais, rejeitando-lhe a raiva de ver seu pai tratá-lo igual ao irmão pródigo e
enfatizar que este deveria receber e considerar seu irmão como se este nada
tivesse feito são ensinamentos/considerações extraídas dessa parábola que a
autor deste Blog não concorda, pois caracterizar-se-ia uma imensa inversão de
valores e um imenso mal exemplo. Administrar o sentimento de raiva, sim;
desprezá-lo, ignorá-lo e condená-lo, não! Agir com a razão acima da emoção,
sim; a emoção acima da razão, não; porque, em geral, pode produzir mais discórdias
do que concórdias! Ademais, essa interpretação teria que conviver com o peso da
contradição com outras observações judaicas. Logo seria contraditório exigir-se de um filho um amor pelo
irmão tal qual a de seu pai. Não custa observar, mais uma vez,
o aforisma popular: se um pai sustenta dez filhos, o pai ri e os filhos riem;
mas se dez filhos sustentam um pai, este pai chora e os filhos choram.
(2) O ensinamento que quero enfatizar é o relacionado ao dinheiro. O animal
homem talvez fosse um ser para si próprio não fosse a sua necessidade de suprir
suas necessidades com produtos e serviços que não consegue obter ou produzir
sozinho. Mesmo domesticado, ele é movido também pela força de seu instinto. O
dinheiro, ao contrário, possui sua razão de existir em razão da necessidade
humana de intercâmbio econômico, de troca de valores. O ser humano depende do
dinheiro para tudo que quiser conseguir de forma lícita, desde para suprir-se
na extrema penúria até para divertir-se na extrema luxúria. Todos são escravos
do dinheiro, e o dinheiro não é escravo de ninguém.
Na parábola, observa-se que quando o capital se esgotou, a graça de
recebê-lo antecipadamente tornou-se uma desgraça ainda maior. Em muitas coisas
na vida o que se encontra no fim está contido no começo; isto é, o fim procede
do início. Estudos de psicologia demonstraram que o sofrimento pela perda de
dinheiro é no mínimo o dobro do prazer de ganhá-lo, logo o sentimento de
desgraça imaginário é no mínimo o dobro do prazer sentido quando na posse do
dinheiro.
“De que vale o ouro nas mãos do tolo?
"O homem recebe da
vida conforme a sua ação,
a ação depende do
entendimento."
"Ninguém busca ou recebe
água além de sua sede."
Em seu
infortúnio, o filho pródigo procura para si um pai substituto. Este “pai” lhe
oferece um trabalho no meio dos porcos. Este relato enfatiza o grau de
sofrimento em razão de tal fato para um semita, à época, igualar-se a uma
injúria. O jovem sente a dor do distanciamento das considerações que tinha e
não valorava no ambiente familiar e aprende que: (1) era melhor ser escravo na casa dos pais do que príncipe na casa de
estranhos; (2) a ausência de dinheiro implica, metaforicamente, em viver com os
porcos.
O pai dá o que lhe pertence ao filho:
a túnica, o anel, as sandálias e enfatiza que tudo isto é para
devolver-lhe a dignidade perdida. Aqui cabem as observações que dizem: “os pais
gostam mais dos filhos, do que estes dos pais”. Todos os filhos são igualmente
amados pelos pais, um pai pode sustentar dez filhos, mas é difícil dez filhos
sustentarem um pai. Quando um pai sustenta dez filhos, o pai e os filhos riem;
quando dez filhos sustentam um pai, os filhos e o pai choram. Quando um pai
presenteia o filho, ambos riem; se ao contrário, os dois choram. Na origem,
como está dito: “E o Eterno fez uma túnica de pele (para Adão e Eva) e ele os
vestiu (Gn 3,21), Deus veste Adão e Eva e as vestes se tornam a honra de um
homem, a generosidade divina se oferece como modelo de virtude. Porém, o
principal a ser observado é que a dignidade custa dinheiro, a dignidade como
todo o resto das coisas na vida tem uma referência monetária. Reflita leitor: o
que restaria de você se lhe fosse retirado o trabalho e o dinheiro? Talvez
alguma coisa no campo da filosofia. Que cabeça funciona bem com estômago vazio?
O alimento custa dinheiro.
Quero terminar este estímulo à reflexão com uma parábola denominada “Às portas do Palácio”, para servir de estímulo à responsabilidade financeira: Conta-se que um Rei mandou chamar um aldeão que ficou muito assustado
com o chamado. Ele se preparou com muito temor e partiu em direção ao palácio.
Em solidariedade, seus pais o levaram até os portões do Palácio. De lá para
adiante, com o aldeão só seguiram sua sabedoria, seus méritos e sua habilidade
de cuidar de si.
Essa é uma parábola da vida. Em algum momento todos
serão chamados ao Palácio. Nossos pais não poderão nos acompanhar, não teremos
mais suas ajudas material e psicológica. Todos precisam ter a responsabilidade
de aprimorar seus talentos e buscar méritos a fim de poder cuidar bem de si independente de poder contar com ajuda
de terceiros, e enfrentar com coragem as dificuldades da vida.
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Uma pesquisa no
ano de 2007 revelou que quatro entre dez americanos não pagam o total devido a
cada mês do cartão de crédito, a despeito das taxas de juros. Quase
um terço (29%) disse que não tinha a menor ideia de qual era a taxa de juro do
seu cartão. Outros 30% afirmaram que era menos de 10%, quando na realidade a esmagadora
maioria cobrava mais de 10%. Mais da metade dos pesquisados disse que “não
tinha aprendido muito, ou “não tinha aprendido nada” sobre assuntos financeiros
na escola. Uma pesquisa em 2008 revelou que 2/3 dos americanos não compreendiam
como funcionava o sistema de juros compostos. Somente 14% compreenderam que as
ações tendem a gerar um lucro mais elevado em dezoito anos do que um título do
governo americano. (Livro: A Ascensão do Dinheiro).
A realidade mostra diariamente que “panela vazia, prato vazio”; e “se a panela trabalha, o prato é que leva a fama.” O também
interessante é que pessoas sem cultura financeira e negligentes em relação à
importância do dinheiro são as que mais questionam as injustiças do mundo.
Reclamam furiosos dos capitalistas, dos
banqueiros e dos seus bônus bilionários, e invejam todo os gênios financeiros!
Chamam os que ganham a vida no sistema financeiro de parasitas das verdadeiras
atividades econômicas da agricultura e da indústria.
A despeito dos
preconceitos profundamente enraizado contra o lucro dos pouco sofisticados em
conhecimento financeiro, o dinheiro é a raiz, o combustível do progresso da
antiga babilônia até os dias de hoje. Atrás de cada fato histórico relevante
existe um segredo financeiro que o possibilitou, por exemplo: o espantoso desenvolvimento do mercado da arte
e da arquitetura no Renascimento só foi possível porque banqueiros italianos,
como os Medici, fizeram fortunas investindo nesse setor. A república holandesa
prevaleceu sobre o Império Habsburgo porque possuir o primeiro mercado de ações
era financeiramente preferível a possuir a maior mina de prata do mundo. Foi
tanto o apoio financeiro de Nathan Rothschild, quanto o duque de Wellington,
quem derrotou Napoleão em Waterloo. Foi a insensatez financeira que transformou
a Argentina, sexto país mais rico do mundo nos anos 1880, no país falido e
devastado pela inflação dos anos 1980.
Até hoje nenhum
Estado comunista dispensou o uso do dinheiro. Uma analogia com as sociedades
primitivas sugere que existem consideráveis desvantagens da hipótese da
sociedade desprovida de dinheiro em relação ao seu exato oposto.
A vida de um
caçador primitivo é solitária, pobre, detestável, brutal e curta. Os
antropólogos mostraram que entre os Jivaro do Equador quase 60% das mortes dos
homens eram resultados de violência. Para os índios brasileiros Ianomani, a
cifra chegava próximo a 40%. Homens primitivos não comerciavam. Eles vagueavam
e atacavam na busca de recursos escassos (comida e mulheres férteis). Tampouco
economizavam, pois consumiam sua comida na medida em que a encontravam e se
alimentavam. O futuro se restringia a ‘matar’ a próxima fome, tal como qualquer
outro animal.
Os socialistas
citam que a sociedade mais sofisticada da América do Sul, o Império Inca, não
usava dinheiro. De fato, a unidade de valor era o trabalho, e, exatamente como no comunismo, a
economia Inca dependia de frequentes planos centrais e do trabalho escravo
forçado.
“Na vida sempre haverá tolos de charrete e
sábios à pé”
“Não existe noiva bonita sem
dinheiro”
Um
mundo sem dinheiro seria certamente pior, muito pior do que o nosso mundo
atual. É errado pensar em todos os emprestadores de dinheiro como meros
sanguessugas do sangue de devedores desafortunados. Os agiotas podem se
comportar dessa maneira, mas os Bancos evoluíram desde os dias dos Medici
precisamente para facilitar o movimento do dinheiro do ponto A, onde ele se
encontra, para o ponto B, onde ele é necessário. O crédito e o débito estão
entre os pilares essenciais da construção do desenvolvimento econômico, tão
vitais para a riqueza das nações quanto a mineração, a indústria, ou a
telefonia móvel. Em contraste, a pobreza raras vezes é atribuída diretamente
aos desprezos de financistas predatórios. Frequentemente tem a ver com a própria
personalidade do pobre e com a falta de instituições financeiras, com a
ausência de bancos e não com a sua presença. Somente o acesso a redes
eficientes de crédito possibilita o afastamento das garras dos agiotas e o seu possuidor pode canalizá-lo do ocioso para o industrioso e produtivo.
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Dois velhos amigos socialistas encontraram-se após muito tempo: “E
então, Zé Dirceu , quanto tempo ! Como vai, meu amigo? Vou muito mal! Por quê,
Zé Dirceu, o que foi que aconteceu? É que minha mãe morreu na semana passada.
Não diga! Meus sentimentos! O que é ela tinha? Pois este é o problema. Só tinha
uma casa e um terreninho!
Depois de muitos anos, Dilma vai à Cuba
visitar seu velho amigo Fidel. Como eles se correspondiam com frequência, Dilma
sabia que o amigo Fidel sofrera muito sobre o regime capitalista. Após se
instalar na casa e de terem posto a conversa em dia, Dilma faz ao amigo Fidel a
pergunta que a tanto tempo desejava fazer: Mas afinal, pela sua experiência,
qual é a grande diferença entre o capitalismo e o comunismo? Você quer mesmo
saber? É que no capitalismo predomina a exploração do homem pelo homem. Sei.
Mas.. e no comunismo? Bem, é justamente o contrário.
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“Já fui pobre e já
fui rico – ser rico é melhor.”
É melhor
ser rico e saudável do que pobre e doente.”
“Se com dinheiro já não é tão bom, sem ele é muito pior.”
“É melhor ser
um inquilino rico que um senhorio pobre”.
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Na época de
Shakespaeare, fazia quase um século que os judeus vinham provendo crédito
comercial a Veneza. Havia uma boa razão para explicar por que os mercadores
venezianos tinham que ir até o gueto judeu quando precisavam pedir dinheiro
emprestado: para os cristãos, emprestar dinheiro a juros era um
pecado. De onde e por que surgiu esse absurdo?
As pessoas que
emprestavam dinheiro a juros, estigmatizados pela Igreja Católica como
usurários, foram excomungados pelo III Concílio de Latrão, em 1179. Até mesmo
argumentar que emprestar dinheiro a juros não era um pecado tinha sido
condenado como heresia pelo Concílio de Viena, em 1311-1312. Os estigmatizados
de usurários tinham que fazer restituições à Igreja Católica antes que pudessem
ser enterrados em solo "sagrado": onde a instituição católica reinava
em conluio com os monarcas. Essa proibição disfarçada de boas intenções
puritanas foi para criar mais uma fonte de enriquecimento para a Instituição
Católica. Atualmente, a aparência do discurso de perseguição à riqueza está maquiada com o argumento da "justiça social"
O comércio exterior
do qual Veneza do século XIII dependia não teria acontecido se os seus
financiadores judeus não tivessem existido para arriscarem seu dinheiro em
meras tábuas (navios) e meros homens, em meio a tantos ratos de terra, ratos de
água, piratas, o perigo das águas, de ventos e de rochedos.
Os judeus após a
destruição de Jerusalém pelos romanos a pedido da Instituição Católica e a
consequente diáspora foram sempre perseguidos em países onde a Instituição
Católica influenciava os Governantes, reis, príncipes, Hitler, etc. e foram por
diversas vezes excluídos da posse da terra e do serviço público, mas, ainda
assim, sobreviveram e prosperaram por causa das suas próprias redes firmemente
entrelaçadas de parentescos, relacionamentos e confiança.
Nenhum povo foi
mais perseguido do que o Judeu, desde o antigo Egito onde viveram como escravo
dos Faraós por mais de 200 anos, até
meados do século XX com o Nazismo, além de outras manifestações pontuais
antissemitas menos notórias. Ainda assim sobreviveram, prosperaram e é o povo
que mais contribuiu e contribui de forma intelectual para a prosperidade do
mundo que o perseguiu e persegue.
A despeito dos
preconceitos profundamente enraizados na mente de pessoas manipuladas pela
cultura cristã contra a riqueza, o dinheiro e o "lucro" todos tachados de imundo", preconceito criado para o próprio
enriquecimento da Igreja Católica, o dinheiro é a raiz de todo o progresso, da
antiga babilônia até a Hong kong dos dias de hoje.
O dinheiro não faz
o mundo girar literalmente, mas faz girar atordoantes quantidades de pessoas,
de bens e de serviços nele. O florescimento no mundo sempre ocorreu
espetacularmente onde a facilidade do crédito fincou raízes maiores e mais
fortes. Em 2020, em razão da pandemia do Covid-19 isto ficou evidente até para
os mais simplórios de conhecimento e senso crítico.
Foi o dinheiro de
Nathan Rothschild, tanto quanto o duque de Wellington, quem derrotou Napoleão
em Waterloo. Foi a insensatez financeira que transformaram a Argentina, sexto
país mais rico do mundo nos anos 1880, nos país falido e devastado pela
inflação dos anos 1980.
“o destino não manda muitas desgraças financeiras aos bons”