Em tempos de crise, a recomendação é paciência e reflexão, pois ela também gera oportunidades. Para perceber as oportunidades é preciso ter o conhecimento correto. É claro que o tamanho da crise importa: é algo pontual? É guerra mundial? É preciso um comportamento racional para sobreviver em um ambiente competitivo e ao medo do caos e do incontrolável. É preciso cautela para não ter que maldizer à própria impaciência. Em tempos de crise lembre-se do conselho: “A imaginação é a metade do problema; A tranquilidade é a metade da solução; A paciência é o primeiro passo para não perder o que já possui e aproveitar as novas oportunidades trazidas pela crise.” Dor + Reflexão = Progresso
É o
momento crítico que revela o homem.
Quando a crise te atingir, considere-a como um antagonista áspero que
surgiu para treiná-lo para vitórias maiores na vida.
Uma das lições notórias da vida é que ela é cheia de altos e baixos, muitos problemas surgem independente da vontade e ação de alguém sobre o qual caem as consequências. A verdadeira experiência é acumulada passando por estas ‘turbulências’. Não existe Império que nunca caiu, todo Império caiu e se levantou várias vezes, perderam a batalha mas venceram a guerra. É preciso aprender com os erros e com as dificuldades imprevisíveis. A realidade nos mostra ser impossível controlar os mercados ou a demanda geral em qualquer época, de crise ou não, mas, podemos e devemos estar focados em gerenciar as coisas que estão sob nosso controle. O incontrolável não pode assumir um papel importante na mente do investidor.
“As oportunidades nunca estarão claras até que seja tarde demais”,
até que façam parte do passado totalmente conhecido."
No mercado financeiro, a mesma lógica se aplica. Por melhor que você seja em conhecimento de causa e efeito de teoria econômico-financeira, e por maior que seja o seu controle emocional, é impossível prever o futuro e afastar todos os eventos desfavoráveis, e até os próprios equívocos. Eventos inesperados, imprevisíveis, sempre acontecerão. Estudar os erros do passado ainda é uma das melhores formas de evitar desacertos futuros. Lembre-se de que todo grande investidor de longo prazo na Bolsa de Valores já passou por várias crises e nunca teve 100% de controle em seus resultados, mas nem por isso deixou de seguir em frente com um saldo positivo no conjunto de seus investimentos.
A vida de um piloto de avião se resume a “horas de puro tédio pontuadas por momentos de terror profundo”. A mesma coisa pode ser dita sobre investimentos no mercado de renda variável. O sucesso será determinado mais pela forma da conduta nos momentos pontuais de terror e pouco pelos anos passados no piloto automático. Uma boa definição de “gênio investidor” é a pessoa capaz de tomar uma decisão mediana enquanto todos ao seu redor estão enlouquecendo. Todo bom investidor de longo prazo, já teve ou terá muitos anos bons, mas certamente muitos ruins também. O investidor consciente de renda variável sempre está ciente da volatilidade e das possíveis grandes quedas do mercado. Aquele que ainda não passou por uma, é porque investe há pouco tempo. O Brasil é um país cheio incertezas e há o risco adicional embutido chamado de ‘risco político’. Isso mesmo. Até as grandes empresas privadas estão expostas a este risco. Juntando as incertezas políticas e algumas preocupações externas não há como não passar por turbulências de fases de grandes euforia e depressão. A questão é importante a saber é: a depressão é permanente? O Brasil ou o mundo acabarão nesta última crise? Se pensa que sim, então não há sentido em investir para a própria sobrevivência digna futura. E até onde vai a queda? Não há quem saiba. Qualquer um que garantir um número exato, será apenas um palpite aleatório. E como agir nesses momentos? Calma, cautela e home-broker aberto apenas para novas compras. Nesses momentos o investidor consciente tem o conhecimento que produz calma e visão de médio e longo prazo para ver seu valor monetário investido caindo muito e mesmo assim adquirir mais, haja vista que possui os ativos fundamentados em qualidade e mercado de resiliência, pouca oscilação e recuperação rápida. Em suma, a tese que utilizou na compra dos ativos permanece inalterada, ou pouco alterada pela crise.
Tão certo quanto não se poder prever a condição da economia no futuro é o fato de não se poder ficar na inércia aguardando condições “100% seguras” para investir. Devemos considerar no presente – com ou sem crise - que as pessoas continuarão necessitando de dinheiro, alimentos, de energia, água tratada, produtos de higiene, saúde e segurança. Para cada necessidade básica é possível encontrarmos ao menos uma boa empresa com ações na Bolsa de Valores. Se essas atividades econômicas acabarem, a civilização acabará também e até o dinheiro guardado no cofre também terá o seu valor deteriorado.
DO QUE NÃO TER E PRECISAR
LEMBRE-SE DA FÁBULA "A CIGARRA E A FORMIGA".
TRABALHE HOJE PELO QUE VOCÊ NECESSITARÁ AMANHÃ
É MELHOR REPARAR O TELHADO ENQUANTO O SOL
ESTÁ BRILHANDO
O DINHEIRO CATIVA E CASTIGA A HUMANIDADE
DESDE QUANDO FOI INVENTADO
Não dependa de uma única coisa, nem limite qualquer recurso, mesmo que seja raro e excelente. Tenha tudo em dobro, em especial as fontes de beneficio. É transcendente a mutabilidade da lua, pondo fim à permanência, e mais mutáveis ainda são as coisas que dependem da frágil vontade humana. Acumule suprimentos para se precaver contra esta fragilidade, para seu conforto. Assim como a natureza duplicou os membros do corpo mais importantes e mais expostos, devemos suprir-nos em dobro das coisas de que dependemos.
Compre ações de empresas que já resistiram a grandes crises. Com maior ou menor intensidade, todos os setores necessitam sacrificar margens, despesas e investimentos para fazer frente a concorrências e a um capital estruturalmente mais caro. PORÉM, existem os mercados mais vulneráveis a crises. EVITE empresas que operam com margens estreitas em mercado de feroz concorrência onde qualquer erro por ser fatal. É exemplo notório a atividade do comércio varejista. Pode ser destruído ou passar por enormes dificuldades de liquidez em cenários de inflação e/ou juros altos em razão de lucrarem mais com o crédito da venda financiada do que com o produto em si. A grosso modo, esse raciocínio vale para quase todas as análises de investimentos. Metaforicamente, o consumidor pode adiar a compra de um fogão novo por mais tempo que uma refeição. Poucos aspectos da existência humana são mais carregados de emoção do que nossa relação com o dinheiro, e isso tem uma importância especial quando se trata de operar com o próprio dinheiro no mercado de renda variável. Quando se trata de dinheiro as emoções de medo de perda do que já possui, ou de cobiça na perda de uma oportunidade de ganho são muito determinantes no comportamento das pessoas e, por consequência direta, no preço dos títulos negociados na Bolsa de Valores. A irracionalidade, às vezes extrema, comumente predomina. Em tempos turbulentos de condutas irracionais, os poucos que agem racionalmente podem ser também os únicos poucos sobreviventes. Certa vez perguntou-se ao boxeador Mike Tyson o que ele pensava das opiniões dos seus adversários antes da luta, e ele respondeu: “ todos têm um plano onde tudo vai dar certo até levarem um soco no queixo.” Esta citação diz muito, não apenas no boxe, mas na vida em geral. Todos, em algum momento da vida, experimentarão – no sentido figurado – o que significa “levar um soco no queixo”. Todos enfrentarão adversidades de algum tipo e gravidade: uma demissão de um emprego que precisava, ou a perda de algo ou alguém que amava, etc. A verdadeira questão é: como a pessoa responde às agressões inevitáveis da vida. Essencialmente, uma vez que alguém é atingido com algo ruim, concreto ou imaginário, a resposta comumente é norteada pela emoção de medo, às vezes raiva e, raramente, a razão. E, assim, muitos planos saem pela janela.
Todo investidor no mercado de renda variável, onde o valor dos ativos são alterados a cada segundo nos dias de negociação, sentir-se-á em algum momento como se tivesse sido nocauteado subitamente/inesperadamente com um “soco no queixo”. Então, como você responderia a isso? Você está preparado para responder de forma adequada? Em todas as crises estão presentes duas coisas: (1) Um fator econômico/político/social qualquer que chamarei de componente real; como uma guerra, ou catástrofe, ou pandemia, etc. e (2) Um componente imaginário dominado pelo emocional diretamente associado ao medo da perda de dinheiro que pega o fator-1 e o multiplica por muitas vezes fazendo assim com que os preços dos ativos das Bolsas de Valores fujam totalmente da lógica.
ou elas te dominarão.
Ao fator-1 deve-se dar a devida e proporcional e real atenção, observando todos os aspectos que nortearam a opção de compra: a durabilidade, o mercado em que o serviço e/ou produto está(ão) inserido(os), etc.. Ao fator-2 não se deve dar atenção, não se pode jamais deixar ser dominado por ele, muito menos ainda seguir o emocional da massa que em conjunto com o próprio emocional torna tudo muito mais ilógico, e é o leigo comum no mercado de ações (a maioria) que fica perdido, agindo como um peixe no cardume, ou um boi em uma manada. Há sempre um fator de gatilho que dispara a boiada. Como o melhor a fazer é considerar que o mundo não acabará em razão da crise (tem sido assim até hoje), depois que surge a expectativa de resolução do “fator de gatilho” a razão volta a reinar e quem comprou na crise agiu para ficar mais rico no pós crise e quem vendeu na crise perceberá no futuro o erro que cometeu e que agiu para ficar mais pobre. A crise causada pela pandemia do Covid-19 em 2020 terá o mesmo efeito e destino que todas as que a antecederam.
Essas ocorrências fazem parte da realidade do investimento na Bolsa de Valores em qualquer lugar do mundo. Assim sendo, em termos práticos para o investidor, a crise de hoje é igual à de 2008, que é igual à de 2002, a de 2020, e assim por diante. O único antídoto para erros de julgamento instigados pelas emoções é a racionalidade com paciência, perseverança e visão de longo prazo. Racionalidade não é o mesmo que inteligência. Pessoas inteligentes podem fazer grandes tolices. Para o sucesso no mercado de renda variável, a inteligência vale menos do que a capacidade de desvincular o pensamento das emoções. Em uma análise de curto intervalo temporal, os preços das ações sofrem muitas alterações em razão de expectativas de ganhos ou perdas comumente com base em notícias positivas e negativas que vem e vão diariamente. Assim, toda volatilidade deve ser vista com decorrente da psicologia das massas: se todo mundo compra e o preço está subindo, eu compro e se todo mundo vende e o preço está caindo, eu vendo; ou vamos seguir o Cabral porque se ele descobriu algo importante pode ser que nós também descubramos ! Em uma análise de longo prazo os fundamentos, a solidez da atividade econômica da empresa é que determinará o tom do resultado do investimento cujo melhor e mais garantido é o de longo prazo com foco na renda passiva, e não em ganhos transitórios com foco na volatilidade dos preços dos ativos. Viver no Brasil talvez seja um maior risco do que investir em ativos de renda variável, e isso parece não preocupar a maioria. As maiores oportunidades no mercado de renda variável surgem nos momentos de incerteza máxima. Quando o otimismo estiver palpável na população, nos jornais e na recomendação dos analistas financeiros, significa que as oportunidades de ativos com preços muito descontados já passaram e que agora é tempo de colher os frutos dos ativos adquiridos durante os períodos de “crise”, de instabilidade e de medo da maioria que vendeu a preços de liquidação. Nenhum investidor nunca saberá o futuro e os que sabem agir no presente com base na experiência acumulada do passado aprenderam estudando e errando com a firme decisão de assumir as rédeas do seu destino financeiro. Só estudo e os resultados práticos no dia a dia produzem a necessária experiência. Muitos têm medo de perder tudo o que poderia investir e não percebem que ficar paralisado pelo medo e com dinheiro investido em aplicações bancárias corresponde a perda programada certa. Dinheiro pode não comprar a felicidade, mas compra a liberdade de escolher. Viver com medo de perder o dinheiro equivale a viver sempre sem dinheiro. O medo exagerado, não racionalizado, impede uma vida plena. O medo racionalizado protege e ajuda a tomar decisões pensadas colocando os riscos e benefícios envolvidos em seus lugares nas suas devidas proporções de importância relativa. Dessa forma, observo uma breve história: um dia uma jovem ouviu de uma vidente que ela teria uma vida lastimável. Sabendo disso e buscando provar que a vidente estava errada, ela evitou tudo que pudesse causar risco de vida. Não viajou, não teve filhos e nunca se arriscou em nada. Depois de 90 anos evitando todos os possíveis problemas ela percebeu que a vidente tinha acertado a previsão. Momentos de crise devem ser vistos também como de oportunidades e de aprendizado: de analisar os próprios investimentos e sobre os fundamentos em que tem se baseado. Nas grandes crises, seja por que razão for, a melhor conduta é ser otimista e considerar que a crise passará; assim, adapte-se às mudanças, aprenda com as mudanças de cenário, procure por oportunidades e vá em frente. Muitos ricos existentes na crise do momento já passaram por varias outras anteriores e souberam sobreviver a todas, e até ficando mais ricos. As melhores oportunidades no mercado de renda variável surgem em momentos de crise e não em tempos bons. Devido à grande volatilidade dos preços do mercado de renda variável, em razão da pandemia do corona vírus [ano 2020], os títulos do Tesouro chegaram a ficar bloqueados para negociação. Aqueles que buscam comprar a sensação de 100% de segurança ficaram desesperados com a sensação de perda da liquidez esperada. No mercado de renda variável nunca se sabe onde e quando será o fundo do poço, esperar demais pode representar uma grande perda de oportunidade, a antecipação poderá resultar em comprar mais caro. Isso nunca foi diferente. O hábito do foco exclusivo no preço do título e no curto prazo é a receita para o fracasso, para a impossibilidade de extrair a vantagem da renda passiva com proventos e superar os percalços da volatilidade dos preços. Equivale a operar com olhos fechados. Preços acima do que foi pago é ótimo, mas não é essencial para o sucesso no longo prazo e o foco na renda passiva, pois o destino do investimento será determinado preponderantemente pelo destino econômico da empresa e não pelo preço de seus títulos.
As empresas
inseridas em um mercado de consumo cíclico possuem o desempenho dependente de
variáveis associadas à atividade econômica também cíclicas. Para o bom
desempenho dependem de juro baixo, crédito farto e emprego e renda em alta, é
um exemplo típico o setor econômico da construção civil. É preciso saber que se
expor a setores de desempenho cíclico significa assumir um risco maior no retorno com proventos. Em uma
crise econômica, momento em que a insegurança e a instabilidade se instalam, a
compra de novos imóveis cai, por outro lado, certamente as contas de luz, água,
internet continuam sendo pagas. Há empresas cujas atividades econômicas são
consideradas “perenes” e resilientes a crises, que passam e elas ficam, não quebram, embora possam até envergar muito. Existe
uma grande previsibilidade de resultados futuros. Elas vendem um serviço
essencial, diferente da maioria das empresas do setor cíclico, ou muito
desejado [bebidas alcoólicas] em tempos de crise ou não, são exemplos típicos: energia elétrica, saneamento [água, esgoto], internet.